domingo, 17 de janeiro de 2010

"Filantropia" brasileira é só para uma platéia.

Sabe aquelas pessoas que fazem palestra sobre auto-ajuda? Sobre como ser um líder, como lidar com filhos e esposa, como ser feliz em qualquer situação, como ganhar dinheiro sem se matar no trabalho, dentre outros “como’s” que prometem salvar nossa vida?

Agora, você pega esses palestrantes e pesquisa sobre a vida deles. Pois bem, a gente se frustra quando percebe que, muitas vezes, eles não fazem nem 10% do que falam. Essas pessoas se preocupam tanto em aconselhar as outras que se esquecem de cuidar da sua própria vida e de solucionar seus próprios problemas.

Recentemente houve um terremoto no Haiti de repercussão mundial, onde muitas vidas foram ceifadas e tudo o que restou foram pessoas sem moradia e odores de corpos abandonados sobre ruínas.

Antes do terremoto no Haiti, ocorreram várias catástrofes aqui no Brasil, como as mortes em Angra dos Reis devido ao deslizamento de terra, a ponte que caiu entre as cidades de Agudo e Restinga Seca, no RS, fora os alagamentos em SP e RS que deixaram muitas pessoas sem moradia e sem uma forma adequada de locomoção.


A mídia brasileira tem mostrado toda a catástrofe no Haiti, vários brasileiros tem ido ao país para ajudar os haitianos na busca por vivos – ou mortos – nos escombros. Falamos e mostramos isso com orgulho. Claro, é bom saber que brasileiros gostam de ajudar a outras pessoas. Só não entendo o porquê de todas as pessoas, depois do terremoto, quererem ajudar o Haiti, mas poucos se pronunciaram em relação aos problemas pelos quais tantos brasileiros tem passado diariamente em vários estados do país.

O ministro Nelson Jobim defendeu hoje a prorrogação por mais cinco anos da Missão de Paz Brasileira no Haiti [1]. Quem lê isso pensa que o Brasil vive num mar de rosas e não precisa de ajuda. Se for assim que o Governo vê nosso país, que nos isente de pagar impostos absurdos, para que possamos, com esse dinheiro, realmente cuidar da nossa segurança e nos prevenir de possíveis desastres, quer sejam eles naturais ou não, da forma que melhor nos aprouver.

O Brasil é como esses palestrantes de auto-ajuda: “preocupa-se” tanto em ajudar os outros a melhorarem, que se esquece de olhar pra si e resolver seus próprios problemas.

[1]http://noticias.uol.com.br/especiais/terremoto-haiti/ultnot/2010/01/16/ult9967u76.jhtm

2 comentários:

  1. Eu particulamente acho que todos os políticos brasileiros poderiam estar fazendo uma visita ao Haiti no dia do terremoto. Seria a expedição internacional mais bem sucedida da história.

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  2. É louvável a generosidade das pessoas diante de um desastre desses. O Brasil, é claro, não iria perder a oportunidade de ficar na mídia. O que não entendo é que diante do caos em que se encontra o sul e sudeste, os recursos são tão tímidos. Basta uma desgraça maior para esqueçermos as nossas.

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