terça-feira, 30 de novembro de 2010

Projeto de Lei 122/06 e a violação da liberdade de expressão.

Sempre acreditei que todas as pessoas tem um dom, todo mundo nasceu com uma capacidade ímpar em alguma área. O estado (com letra minúscula mesmo), por ser formado de pessoas, não poderia ser diferente.

Se tem uma coisa que ele sabe fazer bem, não posso negar esse mérito, é inibir a liberdade de todos os indivíduos. E o mais engraçado é que a grande maioria das pessoas obedece sem sequer questionar o porquê dessas leis ou até mesmo o motivo para a existência de um órgão promulgando-as.

Reverendo Augustus Nicodemus Lopes
Recentemente um projeto de lei elaborado em 2006 voltou à tona com todo vigor, após um grupo LGBT se sentir ameaçado por um artigo escrito há três anos, pelo chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, o Reverendo Augustus Nicodemus Lopes.

Após inúmeras retaliações, a Universidade se viu obrigada a retirar o artigo do ar e emitir uma nota de esclarecimento, mas sem pedir desculpas pelo que havia escrito. Afinal, não há motivos para se desculpar por algo que é direito de todo cidadão: a liberdade de expressão.

Muitos afirmam não haver motivos para se preocupar com essa lei, dizem até que estamos fazendo tempestade em copo d’água. Eu discordo plenamente dessas pessoas. Num país onde não temos liberdade para sequer expor nossos pensamentos, estamos todos fadados à perda de outros direitos inerentes ao ser humano, inclusive o de propriedade (sim, essa lei interfere até mesmo nas nossas propriedades).

Engana-se, entretanto, quem pensa que essa lei é destinada apenas ao preconceito homossexual. Constitui-se crime “preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero”.

O estado quer intervir nas políticas de empresas ao dizer-lhes quem empregar e demitir, ameaçando-as com penas de 2 a 5 anos de reclusão caso haja um suposto ato de discriminação.

O estado quer coibir propriedades privadas informando quem elas devem aceitar em seus recintos, estando sujeitas a reclusão de 1 a 3 anos. Caso um meio de hospedagem resolva sobretaxar um determinado grupo, sofrerá entre 3 e 5 anos de reclusão.

Ora, não precisamos do estado para por ordem no mercado, pelo contrário: quanto mais ele interfere, mais atrapalha. Se uma empresa demite ou deixa de empregar alguém competente por questões de preconceito, ela sairá perdendo não apenas com a capacidade dele sendo empregada em outro estabelecimento, mas também através da perda de clientes ou futuros clientes que não comunguem dos mesmos pensamentos que a empresa.

Quanto à questão do Reverendo Augustus Nicodemus Lopes, ele está mais do que certo em se expressar. É no mínimo amedrontador saber que expormos nossa opinião ao público pode comprometer nossa integridade e fazer com que cidadãos corretos como o reverendo sejam considerados criminosos. Num país com leis absurdas como a nossa, querendo ou não, mais cedo ou mais tarde, seremos todos criminosos, porque é nisso que o governo quer nos transformar.

Cidadãos honestos não dão lucro ao país. Essas leis ridículas são feitas não para que as obedeçamos, mas para que a quebremos e, com isso, arquemos com multas e despesas que sustentam a cachacinha e os churrascos de fim de semana dos legisladores e políticos.

Se não temos nem mesmo direito sobre nossa propriedade, qual o objetivo de possuí-la? Se não temos direito sobre nossas opiniões, qual o objetivo de pensarmos? Se não temos direito sobre nossos valores e ações, qual o objetivo de vivermos?

Nossa liberdade está cada vez mais restringida. Se não agirmos logo, depois poderá ser tarde demais.

sábado, 27 de novembro de 2010

Governo: a arte de emperrar o mercado de luxo no Brasil.

O mercado de luxo sempre me fascinou – e qual mulher não se fascina com luxo? Depois que comecei a estudar hotelaria, fiquei ainda mais interessada por essa área. Cremes, perfumes, roupas e tecidos, lençóis egípcios, harmonização de vinhos, restaurantes de alta gastronomia e hotéis luxuosos.

Falar no assunto já me prende por completo, imaginar-me trabalhando na área de luxo, então, me deixa ainda mais maravilhada. Como me formo esse ano e vou estagiar numa rede hoteleira de luxo – Relais & Châteaux –, já comecei a pesquisar sobre esse nicho de mercado no Brasil, para que, quando volte, já saiba para quais locais enviar meu currículo.

O mercado de luxo no Brasil faturou cerca de US$ 6,45 milhões em 2009 e deve aumentar em 20% esse faturamento para 2010. Dentre esses produtos e serviços de luxo, entra a minha área: hotéis, gastronomia, cremes e moda.

De acordo com a Revista Época Negócios, a rede hoteleira Four Seasons vai construir até três hotéis no Brasil até a Copa de 2014, e a LVMH, dona da marca Louis Vuitton, ventila a possibilidade de abrir um hotel de alto luxo aqui no Brasil.

Quem lê essas notícias sem dar muita atenção, fica radiante; porém, quando vai estudar esses casos com mais afinco, percebe que, mesmo com o crescimento do setor, ele ainda tem muito em que melhorar.

Apesar de parecer promissor, o segmento de luxo no Brasil ainda se encontra numa posição bem inferior quando comparado a outros países emergentes, como Rússia e China. A Versace já investiu US$ 56 milhões na Ásia, com foco especial na China.  Só naquele país, abrirá mais 11 lojas.

Enquanto muitas empresas de luxo sofreram variações nos lucros durante a crise, a LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton S.A.) conseguiu aumentar em 2% a sua margem de lucro em 2008, dando o mérito principalmente ao mercado chinês, que, nos próximos cinco anos, será o maior mercado mundial de luxo.

A mão de obra baratíssima na China também incentivou grupos como a LVMH a mudar seus locais de produção para lá. Com os preços de venda permanecendo os mesmos, mas com a redução dos gastos com despesas operacionais, o lucro acaba aumentando. No terceiro trimestre deste ano, a rede já cresceu mais de 23,6%, e estima-se que crescerá cerca de 40% no final de 2010.

Das grandes grifes de luxo, 100 já operam na China, ao passo que no Brasil, até 2008, existiam apenas 20 delas; e, até 2014, calcula-se que haverá cerca de 50 funcionando no país. Não é apenas pela rigidez da CLT que algumas empresas se sentem inibidas a virem ao Brasil; a alta carga tributária -- que pode chegar a extorquir mais de 60% do faturamento através dos II, IPI, ICMS, ISS, IOF, PIS e COFINS -- também desestimula enormemente os investimentos. Conforme estudo da empresa de consultoria Bain & Company, os impostos sobre produtos de luxo na China giram em torno de 20%.

Com tantos entraves por parte do governo, e com tantas facilidades em outros países, é fácil entender por que, mesmo com um mercado de luxo crescente, ainda existe uma quantidade ínfima de empresas estrangeiras ligadas ao luxo aqui no Brasil. Dos empreendimentos voltados para esse nicho de mercado, 60% são nacionais (fonte: MCF Consultoria e GFK Indicador).

Enquanto o Estado achar que está fazendo um bem à nação ao não flexibilizar a CLT e continuar protegendo empresas de luxo nacionais impondo impostos absurdos sobre concorrentes internacionais, esse segmento não desenvolverá o seu potencial e o custo de oportunidade pago por isso será muito alto, impedindo que o país tenha seu lugar cativo nesse nicho de mercado, como a China.

Não apenas isso, mas também enquanto usarem o bem comum como motivo principal para realizar roubos legalizados, até mesmo as indústrias nacionais fugirão para outros países, como muitas já têm feito desde 2005, triplicando o capital investido no Paraguai, devido à baixa carga tributária e mão de obra barata no país vizinho.

Investimentos tanto estrangeiros quanto nacionais poderiam ser feitos aqui, movimentando a economia do país e aumentando a taxa de emprego. Entretanto, por causa do bem comum tão apregoado pelo Estado, o dinheiro de muitos brasileiros tem ajudado a aumentar o PIB de outros países, e o capital internacional que poderia ser aplicado aqui, gerando mais empregos, é alocado para outras regiões, que não o Brasil.

Empresas que precisam de paternalismo para sobreviver não são dignas de confiança. Enquanto imporem que o bem comum seja o objetivo principal e não uma mera consequência dos esforços honestos e das ambições empresariais, o Brasil continuará na mesmice, perdendo grandes investidores, estimulando péssimos empreendedores e nos fazendo comprar produtos caríssimos -- ícone do luxo aqui, mas símbolo da normalidade em outros países.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Porto Alegre: a minha cidade maravilhosa!

Estou a quase um mês da minha formatura e muitas coisas no RS vão me fazer falta. Uma delas são minhas viagens a Porto Alegre. Muita gente não entende o motivo do meu amor pela capital; em contrapartida, juro que não compreendo como alguém pode questionar isso. Basta passar um fim de semana em Porto Alegre pra você se fascinar e se sentir completamente atraído pela cidade.

Sempre gostei de cidades grandes, mas o meu amor por elas só floresceu agora, morando na pequena cidade de Canela por dois anos. Não quero desmerecer a região, ela é linda e cheia de atrativos turísticos, com uma população super simpática e uma natureza incrível. Poderia viver aqui tranquilamente devido à minha facilidade de adaptação, mas se dissesse que é a cidade ideal para mim, estaria mentindo.

São muitos os motivos que me fazem amar Porto Alegre e ter uma vontade enorme de morar lá. A capital oferece várias opções culturais, exposições de artes, pinturas, fotografias, além de declamações de poemas e poesias. Lembro da primeira vez que fui a PoA e em um único final de semana, visitamos três exposições, uma no MARGS, sobre a França no Brasil,  uma de fotografias no Santander Cultural e outra de artes plásticas, onde bati foto com alguns poemas do meu amado Vinícius de Moraes escritos em vidro.

Casa de Cultura Mário Quintana
Nesse mesmo final de semana, tinha peça de teatro para o público infantil na Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ). Ela também oferece outras programações ótimas para todos os gostos: cinema, dança, teatro... Infelizmente alguns desses eventos acontecem durante a semana, por isso não tivemos a oportunidade de assisti-los.

Bem em cima da CCMQ tem um local interessantíssimo pra bater um bom papo, comer bem e com uma música ao vivo (voz e violão) excelente, o Café Santo de Casa, que, pelo nome, já dá até pra imaginar a criatividade no nome das comidas. O cardápio vai desde Multiplicação dos Pães (sanduíches) à Comunhão (pratos feitos).

Como sempre gostei de caminhar pela cidade, principalmente Porto Alegre, adoro ir pra lá e subir a Borges a pé, admirar a arquitetura de várias construções, principalmente a da belíssima Catedral Metropolitana, passar pelo monumento (pichado) de Julio de Castilhos na Praça da Matriz e me deparar com o majestoso Theatro São Pedro que, com o auxílio da Catedral, do Palácio Piratini, do Tribunal da Justiça e da Assembléia Legislativa, cerca toda a Praça Marechal Deodoro (Praça da Matriz).

Terminal Parobé
A Usina do Gasômetro é outra das minhas grandes paixões. Adoro passear por lá nas tardes de sol e depois andar até o Mercado Público, conversar com os sempre divertidos vendedores de frutas do Terminal Parobé, praticar o espanhol com os hippies que vendem colares na Praça da Alfândega (conheci uma hippie paraguaia, que nem em Caxias), escutar alguns artistas tocando violão pelo centro e então descansar no meu insubstituível Subway.

A gastronomia em Porto Alegre é bem variada, com opções para todos os gostos, inclusive vegetarianos e veganos. Na minha cidade natal, Fortaleza, e em praticamente todas as cidades, é possível sim encontrar restaurantes com várias saladas, mas dificilmente existe um restaurante que foque esse público, como é o caso de Porto Alegre. Lá não tem como alguém se sentir excluído por sua preferência culinária, por mais excêntrica que seja.

Sebo em PoA


Andando pelas ruas de Porto Alegre, é impossível não passar por algum dos vários sebos da cidade e comprar pelo menos um livro. Falando em livros, essa semana tem a Feira do Livro na Praça da Alfândega. Ontem tive o prazer de visitar e saí com quatro livros novos, um deles é uma trilogia.


Porto Alegre também sedia vários eventos, feiras e congressos interessantíssimos que, para não fugir do costume, possuem temas diversos, chamando a atenção de públicos diferentes de todos os cantos do Brasil. A capital foi sede do 3º Congresso Vegetariano Brasileiro, Encontro Nacional de Geógrafos, Simpósio Nacional de Estudos Tributários, GrandPrix de Judô, Festival de Teatro de Objetos, V Evento Gastronômico Bar em Bar, além de fóruns como o Fórum Social Mundial, pelo qual não nutro simpatia alguma, e o Fórum da Liberdade. Esse último citado realmente vale a pena participar, porque nele não tem nada de sensacionalismo barato e tampouco fantasia a realidade.


Dia de GreNal. Infelizmente
não foi em PoA
Ainda tem alguns lugares que não fui, mas pretendo visitar antes da formatura, em dezembro, como a tão falada Cidade Baixa, principalmente a Lima e Silva e o Parque Farroupilha. Quero também assistir ao pôr-do-sol no Guaíba e a um jogo no Beira Rio. Pra não matar meu pai do coração, não precisa ser um GreNal, claro.

Além de tudo o que Porto Alegre me propicia quando chego lá, a sensação que tenho quando compro uma passagem Canela-PoA, o sentimento de liberdade, simplesmente não tem preço. A minha felicidade quando chega o dia de viajar, a alegria em pegar minha bolsa, colocar apenas minha máquina fotográfica, um caderninho com a lista do que fazer naquele dia e o meu MP4 pra escutar música durante as duas horas de viagem, são emoções que eu nunca vou esquecer. E não importa o lugar onde estiver, sempre que voltar a Porto Alegre, o meu sorriso vai ficar sempre de uma orelha a outra, porque sei que a cidade vai ter sempre uma novidade me aguardando, porque mesmo que ande pelos mesmos lugares, eles nunca caem no tédio, muito menos na mesmice.

Alguns dizem que quando o sino La Marangona, em Veneza, dobra no exato momento em que alguém chega à cidade, é porque ele tem alma veneziana. Se houvesse um sino desses em Porto Alegre, tenho certeza de que ele tocaria pra mim. Nasci em Fortaleza, mas minha alma será eternamente porto alegrense!
Fim de tarde na Usina do Gasômetro. Adoro!


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Deus, eu Te amo! - Parte II

Fiquei sabendo hoje sobre um acidente que uma garota sofreu aqui no RS. Ela tava voltando de alguma festa de madrugada e por alguma razão, não se sabe se ela dormiu ao volante ou estava bêbada, o carro perdeu o controle. Tinha um caminhão logo na frente e o carro foi direto para baixo dele e explodiu. A guria sobreviveu. Com certeza ficou queimada e com algumas seqüelas, mas sobreviveu.

Nessas horas a gente percebe o quanto nossa vida é pequena, o quanto ela não vale nada. Muitas pessoas se desesperam numa situação dessas, e com razão, mas quando temos fé e sabemos que Deus está no controle de tudo, fica mais fácil aceitarmos alguns contratempos.

Quantas vezes questionamos como isso foi acontecer conosco, quantas vezes ficamos com raiva de Deus, achando que fomos injustiçados, blasfemando e achando que não merecíamos estar nessas circunstâncias. Talvez pelo desespero na hora – afinal, somos humanos e, portanto, fracos – esquecemos que nunca fomos merecedores de nada. Estávamos destinados a morrer e parar no inferno, mas Deus, com sua infinita misericórdia, enviou seu único filho para morrer por nós, nos dando o maior presente que alguém poderia ter: a vida eterna.

Quando passa o momento do choque, percebemos o quanto fomos injustos ao culpar a Deus pelo que nos ocorreu, quando só temos a agradecer. Nós já não tínhamos nada e quando aceitamos tê-lo como Senhor da nossa vida, ganhamos tudo. Ganhamos a salvação da nossa alma.

Portanto, por mais difícil que seja perdermos um braço, uma perna ou sermos diagnosticados com algum tipo de doença, quando temos fé, fica mais fácil conviver com esses incidentes, porque nosso corpo pode estar danificado, mas nossa alma, não. Além disso, a certeza que temos de que a vida é muito mais do que apenas essa e sabermos que quando formos ao céu teremos nosso corpo santificado já é motivo o suficiente para glorificarmos a Deus em toda e qualquer circunstância.

Por isso eu agradeço a Deus por ter me abençoado com o melhor presente desse mundo, que dinheiro nenhum compra e doença alguma abala: a salvação da minha alma!

sábado, 16 de outubro de 2010

É possível amar a mesma pessoa pra sempre?



As pessoas banalizaram muito o amor. Todo mundo ama todo mundo, ou pelo menos é o que dizem. Hoje em dia, crianças de 13 anos começam a namorar, dizem que se amam e depois de duas semanas já acabaram o namoro e iniciaram outro.  Chegam aos 20 já tendo amado tudo. Ou nada.

O grande problema é que esse sentimento não é mais levado a sério como antes e as pessoas não sabem separar amor de paixão. Não tem porquê perguntar se é possível amar alguém pra sempre. O amor em si já é eterno, se alguém diz que ama, não deveria acreditar que é pra sempre? Por mais que nutramos um sentimento especial por uma pessoa, se esse relacionamento acabou, não acredito que tenha sido amor, a não ser que mesmo com o rompimento, o amor continue existindo entre os dois ou em uma das partes.

Claro que somos diferentes e muitos não conseguem – ou não querem – permanecer apenas com uma pessoa a vida inteira, isso é paixão. Um bom exemplo é um dos meus cantores e compositores preferidos, Vinícius de Moraes, que vivia de paixões e expressou isso muito bem em Soneto da Fidelidade:

“Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”

Ele mesmo já sabia que esse amor não seria pra sempre, que era fogo de palha, mortal. O que precisava era viver essa paixão intensamente até que se desvanecesse e, então, partir pra outra.

Só não concordo com o “amor” de “do amor (que tive)”, mas isso vai de pessoa pra pessoa. O que eu escrevo aqui não necessariamente está correto, talvez eu que tenha nascido na época errada mesmo. Não consigo me ver amando alguém por um tempo determinado e depois deixar de amar e passar a sentir o mesmo que sentia antes por outra pessoa. Ou eu amo ou não amo. Amor não tem prazo de validade.

Passar a vida inteira com uma única pessoa também não quer dizer que elas se amam, pode ser mais por comodidade, pra não ter que ficar sozinho. O amor é muito mais do que simplesmente viver juntos ou fazer juras eternas. Duas pessoas podem se amar mesmo morando distantes; mesmo não vendo viabilidade alguma em unir-se a quem ama; e até mesmo casadas com outras pessoas (mas, claro, não significa que traiam os cônjuges em nome do amor por outro, acima de tudo, há o respeito).

O amor é o sentimento mais puro que alguém pode sentir por outra pessoa e é impossível defini-lo plenamente sem que caiamos na pieguice. O amor não tem como ser medido, nem comparado, e para finalmente entendê-lo, precisamos do privilégio de senti-lo. Senti-lo eternamente!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Azul Linhas Aéreas - Parte II

Voltei de viagem pela TAM. O vôo saiu no horário, como sempre ocorreu nas minhas viagens por essa empresa. A comissária de bordo se apresentou de forma indiferente, meio morta e atrás de alguma coisa. Só conseguia ouvir uma voz vinda do além, mas não dava pra ver ninguém falando. Isso é horrível.


As boas-vindas e informações em inglês foram, como de costume, umas lástimas. O cara balbuciava alguma coisa, um dialeto, código interno ou qualquer outra coisa, menos inglês. Não satisfeito com a bizarrice da tentativa frustrada de falar inglês, ele ainda parecia que tava com a língua pesada pra falar. Talvez fosse a preguiça de ecoar algum som, por mais "inintendível" que fosse. Vai saber.

Viajar pela TAM é engraçado porque sempre tem um comissário super simpático e outro que é completamente o oposto. Deve ser uma das normas da empresa, colocar dois comissários homens com graus de simpatia inversamente proporcionais.


O modo com que a comida é distribuída pela TAM é mais organizado. Na Azul, uma comissária passa perguntando a todos os passageiros a bebida que vão querer, anota num papel, volta pra cozinha, pega as bebidas e sai de novo pelo corredor pra distribuir entre os passageiros. Pura perca de tempo. Aquele carrinho da TAM pode ser enorme e obstruir a passagem, mas ainda é mais ágil que ir e voltar duas vezes, como acontece na Azul.


Outra coisa meio estranha é que na Azul as comissárias saem distribuindo os snacks numa cesta presa ao pescoço. Parecem mais aquelas vendedoras de guloseimas do centro de Fortaleza. O produto da Azul, em relação à comida, é melhor, mas o serviço da TAM, sem dúvida alguma, se sobressai.


Quanto ao uniforme, não tem nem comparação: o da TAM é mais bonito, mais elegante e valoriza bem mais o corpo dos comissários, sem ficar vulgar. A apresentação pessoal dos funcionários da TAM também é muito melhor, a maquiagem cai melhor no rosto, o cabelo é mais fixo e a forma de lidar com os passageiros é mais profissional.


Gostei da Azul pela forma descontraída de lidar com os clientes, mas não sei até onde valorizo tanto essa questão a ponto de abdicar de outras áreas que também faço questão, como a pontualidade. Pelo visto ainda vou ficar com a TAM por um bom tempo, até que surja uma empresa que realmente valha a pena a troca.


Adoro a TAM, mas quem disse que hoje em dia cliente é fiel? Se surgir um concorrente melhor no mercado, não hesitarei em trocar. Pensei que a Azul seria esse o tal adversário, mas falhei ridiculamente.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Azul Linhas Aéreas - Parte I

Vim passar o feriado em Fortaleza, com minha família. Pela primeira vez voei pela Azul. O aeroporto de Porto Alegre estava um caos, a fila de embarque dava duas voltar ao redor do aeroporto (da parte interna dele, digo). A sorte era que eu tava com a Bi, uma amiga da Paraíba que também ia passar o feriado com a família, então não fiquei sozinha todo o tempo naquela fila.

Como o avião da Bi, que também ia pela azul, decolaria às 19h40 e já eram 19h25, deixaram que ela entrasse logo na sala de embarque, então fiquei o restante do tempo sozinha na fila, mas ela começou a andar mais rápido, então não foi tanto problema assim.

Chegando na sala de embarque, tinha um aviso informando que o vôo atrasaria em 40min. A bateria do meu note já tava pela metade e só tinha levado meus textos do francês pra fazer, mas já tinha me planejado para escrevê-los apenas no avião, então resolvi comprar duas revistas sobre meio-ambiente e alimentação vegana (esse meu tempo de Castelli tá me deixando meio zen...) pra ficar lendo. Ah, passei no cartão do papai, por sinal. Não que eu não tivesse dinheiro, mas resolvi passar no dele e esqueci de avisar. Esse texto foi a melhor forma que encontrei de dar o recado, já que ele só vai ler quando eu estiver bem longe! Sou esperta?

Enfim, o que eu fiz não importa muito, porque o meu objetivo nesse texto era falar sobre a Azul. Pois bem, o vôo atrasou uma hora e vinte, o cara ou esqueceu de chamar o vôo ou tinha a voz realmente muito baixa, porque um monte de gente, inclusive eu, teve que ir até o balcão para ter certeza de que era o momento de entrarmos em fila.

Depois que entramos no avião e todo mundo se acomodou, a comissária de bordo deu as boas-vindas, mas de uma forma um tanto quanto inusitada:

-Boa noite, pessoal!
-...
-Ah, eu não escutei, vocês estão muito fracos! De novo! Boa noite, pessoal!
-Boa noite!

Eu realmente não pensei que as pessoas fossem responder a isso, mas responderam. Sinal de que, apesar de toda essa seriedade e silêncio, nós ainda gostamos de coisas lúdicas. Confesso ter achado um pouco bizarro de início, mas pelo menos ela me fez rir, coisa que outras companhias aéreas não me proporcionam.

Quem me conhece sabe a cara que eu faço quando estou desgostosa com algum acontecimento e eu estava exatamente com essa feição quando entrei na azul. Afinal, era a primeira vez que viajava pela companhia e ela já estava atrasad. Isso sim me tira completamente do sério, mas essa comissária de bordo conseguiu reverter a situação, pelo menos comigo.

Quando ela foi se apresentar, citou também os nomes das outras duas comissárias e disse: “Vamos todos dar um tchauzinho pra que elas não fiquem enciumadas?”. O pior – ou melhor, o mais engraçado – de tudo era que as pessoas realmente obedeciam! E riam! A gente só via as mãos de todo mundo pro alto, dando tchau pras comissárias que mal conseguíamos ver.

Depois que todas as informações foram dadas em português, alguém falou em inglês, como de costume, mas não sei se foi a comissária. Quem falou não passou muito tempo na apresentação, mas foi o suficiente pra perceber que seu inglês era realmente muito bom. Isso sim, numa companhia aérea, é um feito très étonnant.

As opções para lanche também são diferentes. Podemos escolher entre vários snacks, inclusive integrais. Em outras companhias, o máximo que temos é a chance de escolher entre os sanduíches, isso quando eles são oferecidos.

Duas coisas que eu percebi na Azul é que eles não devem ter um POP para quando o passageiro chama um comissário, porque quando acionamos o botão e alguém vem nos atender, ao contrário do que outras companhias aéreas fazem – desligam o botão assim que chega ao passageiro – a Azul deixa o botão como está, então outro comissário acaba aparecendo depois perguntando se o cliente deseja alguma coisa, porque pensa que ele ainda não foi atendido. Pura perca de tempo para o comissário e inconveniência para o passageiro.

A outra coisa que vi e não gostei foi o uniforme. Além de ser azul e lembrar o Grêmio, ele não é elegante. Parecia que tinha tecido demais ali, como se a roupa não fosse feita sob medida e, por isso, ficasse frouxa na funcionária. Não que o uniforme tenha que ficar colado e marcando tudo, mas uma roupa ser solta é uma coisa, ser frouxa é outra completamente diferente.

No mais, foi isso mesmo. Só mais uma coisa que eles fazem de inusitado: sempre que o avião vai decolar ou aterrissar, a comissária pede para que levantemos a persiana da janela para “apreciar” a vista. Isso, obviamente, não precisa ser dito, mas o fato de alguém se preocupar com nossa vista faz com que nos sintamos mais importantes, mesmo que no fundo não passemos de um simples número de poltrona.

domingo, 3 de outubro de 2010

Lidando com a decepção.

Se existe alguma pessoa no mundo que nunca se decepcionou ou se frustrou com alguém, ela deveria se considerar uma felizarda. Quando alguém é muito importante para nós, por mais que elas dêem mancadas e não nos tratem da forma que deveriam, continuamos indo atrás delas, fazendo tudo para ajudá-las, sem nos importarmos em ter nossas ações valorizadas ou reconhecidas.

Entretanto, depois de um tempo, simplesmente cansamos. Às vezes digo pras minhas amigas que invejo a forma com que várias pessoas levam as amizades hoje em dia – de uma forma um tanto quanto fria e indiferente –, porque desse modo fica mais difícil sofrermos tanto com as decepções.

Só que, por mais que eu tente, não consigo ser fria. Sou que nem cachorro: o dono trata mal, não dá carinho, mas, mesmo assim, o cão vai sempre correndo abanando o rabo quando ele chega. O dono, então, não valoriza o cachorro, porque sabe que ele vai continuar ali, no matter what. O que o dono não percebe é que depois de passar muito tempo dando patada e não valorizando a amizade oferecida, o cãozinho se resguarda e desiste, vê que não vale a pena todo o sofrimento por alguém que simplesmente não merece o seu amor.

Acredito que nunca existe uma situação tão ruim que não haja um lado bom. Decepcionar-se com alguém não é, por sinal, tão ruim assim. Claro que ficamos tristes ao ver que muitas vezes alguém que estimávamos tanto não é tudo aquilo (ou não é absolutamente nada) que imaginávamos, mas é muito melhor se decepcionar agora a continuar se enganando e fazendo tudo por alguém que não merece nada. Antes tarde do que nunca!

Além disso, nessas frustrações da vida, acabamos vendo quem realmente merece nosso amor e nossa amizade. Pessoas que antes não sabíamos serem tão importantes assim, pessoas que pensávamos não se importarem tanto conosco, mas que nos momentos difíceis e de desilusões, elas nos apóiam e não se acovardam em falar o que pensam, mesmo que isso signifique afastamento por parte de alguns.

Tudo o que posso dizer agora é que se enganar em relação a alguém não é o problema. O problema é quando vemos que estamos nos enganando, mas fechamos os olhos para isso. Quando não tomamos uma atitude, deixamos de valorizar quem realmente merece e continuamos sendo trouxas, fazendo tudo por alguém que não fez, não faz e não fará nada por nós.

Não há situação tão ruim onde não se possa tirar proveito ou lição!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Deus, eu Te amo! - Parte I

A vida humana é tão frágil e nós sempre nos achamos tão imponentes. É interessante como podemos ser tão soberbos e nos acharmos tão poderosos, quando somos realmente tão frágeis e sem controle algum sobre nossa vida.

Na semana que mamãe esteve aqui comigo, passei por duas situações que nunca tinha visto. A primeira foi quando voltava da Castelli com duas amigas minhas. Enquanto conversávamos, duas gurias, também alunas da Castelli, iam atravessar a rua (uma esquina) e uma delas quase foi atropelada por uma senhora que, sem reação, carregou a menina enquanto dobrava a esquina e só foi parar o carro depois de alguns segundos. A sorte (pra quem acredita nisso; eu, não) foi que a menina ficou se segurando no carro e andando pra trás pra que ele não passasse por cima dela.

Quando o carro parou, fomos pegá-la no meio da rua, ela ainda estava em pé, tremendo e completamente nervosa. A senhora desceu do carro ainda perdida, ofereceu carona para levá-la ao médico e pediu pra deixar o número dela. Felizmente não houve nenhum problema, só o terno da Castelli que ficou abarrotado.

A outra situação que presenciei foi quando ia pra Castelli no período da tarde. Passando em frente à Gisele, como de costume, um senhor estava caído na calçada, tinham duas pessoas ajudando, outra ligando pra ambulância e um menino chorando chamando pelo avô, que era o homem no chão. O senhor não conseguia respirar direito e tava se tremendo todo.

Nunca sabemos como vai ser o decorrer do nosso dia. A gente sempre parece tão auto-suficiente, tão cheio de poder, mas basta um tropeço, uma falta de atenção ao atravessar a rua, uma simples mudança de trajeto, para fazer com que toda a nossa vida mude de uma hora para outra.

Por isso temos que agradecer a Deus todos os dias pela nossa vida e por acordarmos todos os dias, por mais uma oportunidade que Ele nos deu para recomeçar, para abraçar, rir, pedir desculpas, aproveitar os amigos e a família, conhecer novas pessoas e, acima de tudo, dizer aos que realmente amamos o quanto eles são amados por nós.

Não deixe de dizer às pessoas que você as ama. Amanhã pode ser muito tarde. E não esqueçamos, claro, de dizer a Deus o quanto nós O amamos. Quantas vezes eu oro e nunca verbalizo o meu amor por Ele? Nunca tinha parado pra pensar a respeito, até passar por essas duas situações.

Deus sabe tudo, mas não significa que não queira ouvir da nossa boca o quanto Ele é importante para nós.

domingo, 5 de setembro de 2010

Como é bom ter companhia!

Ontem mamãe voltou pra Fortaleza. Ela veio passar uma semana comigo aqui em Canela pra aproveitar o último semestre que tenho no Brasil antes de estagiar na França (isso se não me negarem o visto, claro hehe).

Engraçado que por mais tempo que já tenha morado longe dos meus pais, por mais independente (em certos aspectos) que tenha me tornado, por mais que tenha aprendido a viver sozinha e não sinta tanta saudade quanto antes, basta um dia, um único dia, pra ver que uma boa parte de tudo o que pensava está completamente errado.

Consigo resolver meus problemas, já não preciso mais dos meus pais ligando de Fortaleza pra Canela pra solucionar as besteiras que me afligem; aprendi a preencher meu dia e não ficar entediada; faço meu livro-caixa do jeitinho que papi me ensinou quando ainda era uma pirralha que precisava da mamãe cantando pra dormir e deixo a casa o mais vazio possível pra não me dar trabalho quando tiver que limpar do jeito prático que minha mãe me ensinou. A faxineira faz o trabalho "sujo" depois. Eu só inicio. =P

Mas se tem uma coisa que não aprendi foi a viver sozinha. Aprender a lidar com a saudade, isso eu aprendi. Mas a viver sozinha? Não. E fico muito feliz com isso. O ser humano não nasceu para viver sozinho, se assim o fosse, Adão não se sentiria só e Deus não teria criado Eva.

Claro que precisamos de nossos momentos sem ninguém por perto para descansar um pouco, colocar os pensamentos em ordem, mas isso não é bom quando deixam de ser apenas momentos.

Por mais frio, indiferente ou solitário que fiquemos, precisamos de apenas um dia com pessoas que nos fazem bem para vermos como é infinitamente melhor ter gente por perto, compartilhando o dia, as felicidades, as inquietações, as conquistas, a raiva ou qualquer outro momento, quer seja bom ou ruim, relevante ou não.

Claro que existem também os pontos negativos, mas se tabularmos e compararmos os pontos positivos e negativos, vai ser visível a superabundância dos pontos positivos comparados aos dos negativos.

Com outra pessoa morando conosco, até a refeição fica melhor. Fazia séculos que não tomava café-da-manhã antes de ir pra Castelli, porque o melhor de preparar uma refeição é ter alguém pra dividir a mesa e a conversa. Se for pra comer por comer, pego qualquer besteira na padaria e levo pra casa.

Anyways, mami foi embora ontem e o aniversário dela é hoje. Agora ela tá compartilhando um café-da-manhã delicioso com papai e vovó enquanto coloca toda a conversa em dia.


Obrigada por ter feito companhia pra filhota aqui durante todos esses dias, mami, e por me fazer lembrar que não sei (e muito menos quero) viver sozinha, por mais independente que eu fique.

Você é a melhor mãe do mundo e, de longe, a minha melhor amiga!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Feliz dia dos pais, papi!

Falar de quem amamos é sempre uma tarefa difícil, principalmente quando esse alguém, além de ser amado incondicionalmente, é um dos maiores responsáveis por quem nós somos.

Ontem foi dia dos pais e queria escrever algo especial pro papai, mas ele sempre recebe as mesmas cartinhas e escuta as mesmas coisas. A única coisa que ele nunca ganha é presente, porque ele sempre faz questão de dizer que não quer e eu, como estudante falida que sou, faço questão de obedecer a risca esse pedido.

Se eu fosse listar todas as qualidades do papai, tudo o que eu admiro nele, o porquê de ele ser um grande exemplo de pai, marido, amigo, filho, irmão e comerciante, os ecochatos pirariam com o número de folhas que gastaria.

Desde que me conheço por gente – e olha que já não sou mais nenhuma criancinha – papai nunca tirou férias. O mais interessante nisso tudo é que, mesmo com todo o trabalho que ele sempre teve, apesar de ficar dois turnos trabalhando enquanto eu e Natan ficávamos esses dois turnos na escola, nunca me senti órfã de carinho por parte dele, nunca senti que faltava alguma coisa, pelo contrário, apesar de muitas vezes nos vermos apenas depois das 17h (quando estava no ensino fundamental), papai sempre esteve presente na minha vida.

Certas coisas não esquecemos nunca, e tem uma que me lembro muito bem e sempre encho os olhos de lágrima quando falo a respeito. Quando estava na segunda série, a professora Isabel fez uma provinha de multiplicação para os alunos, e eu não conseguia acertar nenhuma questão. Comecei a chorar desesperada e não sabia o que estava fazendo de errado. Chegando em casa, falei pro papai o que tinha acontecido e ele imediatamente me levou pra garagem, onde tinha uma lousa fixada, e me ensinou a multiplicar. No outro dia, quando refiz a prova, acertei todas as questões.

Outra vez, quando já estava na quinta-série, papai sentou ao meu lado na mesa da sala pra me ajudar na matemática, e eu fiz uma conta básica de somar nos dedos. Resultado? A indignação do papi foi tão grande que no outro dia eu estava matriculada no Kumon.

Quando eu tinha 8 anos, tava tendo o campeonato internacional de windsurf no Beach Park e papi me levou pra assistir. Lá eu me apaixonei pelo esporte e disse que queria aprender. No outro dia, depois da aula, papai já estava me levando pra minha primeira aula de windsurf com o professor Kong. Enquanto eu velejava, papi ficava de um lado para o outro na beira do mar, com um binóculo nada fashion, cuidando de mim e me assistindo.

Mami sempre gostou de doces e tortas. Uma tarde ela ficou morrendo de vontade de comer torta, mas por algum motivo que não me recordo agora, ela não comeu. Enquanto mamãe dava uma descansada de tarde, papai saiu. Quando ela acordou, ele não estava, mas eu disse que era porque ele tinha ido alugar um filme, o que era verdade. Quando ele chegou, além de trazer um filme consigo, trouxe também um quarto de torta pra mamãe. Nunca esqueci da forma com que eles se olharam naquele dia, nem da felicidade da mamãe e do abraço que ela deu no papai na mesma hora.

Eu só tenho a agradecer a Deus por ter um pai tão carinhoso e presente na minha vida, por ter ensinado a mim e ao meu irmão valores que levarei sempre comigo, mas, principalmente, agradeço por ter me mostrado o caminho que nos leva a Deus: Jesus.

Como já falei numa outra carta, por mais que eu saiba que não estaremos sempre juntos na terra, o que me alegra é saber que quando ambos já não estivermos mais aqui, viveremos juntos eternamente, próximos do nosso Salvador.

É tão bom saber que a vida não é só essa e que nos veremos novamente, mesmo após a morte.

Papi, eu te amo! E quando você diz que filho é uma raça ingrata, acredite, você tem toda a razão, porque por mais que eu te ame, por mais que eu te admire, por mais que saiba todo o esforço que você faz para nos manter fora do estado, mesmo assim eu sou impaciente, sou grosseira e, por diversas vezes, monossilábica. Eu sei que vocês gostariam que eu conversasse mais, falasse mais, mas meu jeito calado às vezes me impossibilita conseguir me expressar da forma com que gostaria.

Anyways, mesmo muitas vezes não demonstrando, eu te amo muito! Você é, de longe, uma das pessoas mais importantes da minha vida!

sábado, 31 de julho de 2010

Homem Machista é Pra Casar!

A Super Interessante mostrou uma pesquisa realizada por duas americanas que disseram que homens machistas eram maridos melhores. Quando eu vi o título, sinceramente, não me surpreendi.

A pesquisa foi feita com 102 homens e o estudo é apenas preliminar. De acordo com a revista, a pesquisa considerou machista o homem que considera a mulher apenas um ser mais frágil, que precisa de maiores cuidados e proteção.

Se isso é ser machista, é justamente esse tipo de homem que prefiro! Se for pra ficar com um alguém que não me deixe segura e nem me dê proteção, é melhor ficar sozinha mesmo.

domingo, 25 de julho de 2010

Sabrina e traições

Eu desisto de assistir a alguns filmes só pela capa, com outros apenas me desanimo, mas, ainda assim, assisto. Sempre fui fã de carteirinha do Harrison Ford e vi que papai tinha comprado mais um DVD onde ele era um dos protagonistas: Sabrina.

A capa não me animou muito, mas como era com o Harrison, perguntei aos meus pais se eles gostavam do filme. Mamãe prontamente disse que sim, papai foi dizendo que era pra toda a família, excelente. O filme, pelo visto, era daqueles romances com alguma comédia, meio água com açúcar, no estilo que eu não gosto.

Filme romântico com veia humorística dificilmente é bom, até porque quase nunca o que era pra ser engraçado realmente é. O roteirista e o diretor do filme tem que ser muito bons pra conseguir misturar romance e comédia. Isso, claro, é a opinião de quem não entende bulhufas de cinema e que adora palpitar sem saber de nada pelo simples prazer de fazê-lo.

O que estragou o filme, pra mim, foi no início – na verdade, a cena foi mais ou menos no início, mas não bem no início; foi depois do início e antes do meio – quando Sabrina volta de uma temporada na França. Antes disso, ela morava na mansão de uma família rica (óbvio que era rica, já que a família tinha uma mansão), porque era a filha do choffeur. A família era composta pela mãe e pelos dois filhos. O pai era falecido. Sabrina era apaixonada por David, filho mais novo que, como sempre tem que ter uma ovelha negra, apesar de inteligente, era um mulherengo que nunca aparecia pra trabalhar, levava a vida a jogar tênis, ter encontros de dois dias com quem quer que fosse e ganhar uma mesadinha nada insignificante da empresa da família, onde ele tinha um escritório que nem sequer sabia mais onde ficava. Já o Linus, o irmão mais velho, era justamente o contrário. O workaholic em pessoa.

Anyways, a mãe desses dois conseguiu um emprego pra Sabrina na França e ela resolveu ir. Os funcionários da casa, incluindo seu pai, achavam que essa seria uma forma dela esquecer David, que foi seu amor platônico por todos esses anos. Com o passar do tempo, Sabrina foi começando a esquecê-lo, até ficar sabendo de seu noivado com uma médica pediatra, filha de um rico empresário que iria fechar acordo com a empresa dos Larabee.

Alors, quando Sabrina voltou de Paris, ela era uma mulher completamente diferente. Voltou mais bonita e jeitosa, além de um cabelo curto e bem mais bonito. Quando David a viu, logo se apaixonou e convidou-a para mais uma das várias festas que a família estava organizando, dessa vez para comemorar o aniversário da mãe. Sabrina, sem pensar duas vezes, aceitou. Na festa de aniversário estavam presentes os futuros sogros de David. A noiva estava viajando e não pode comparecer.

Sabrina foi muito bem arrumada para o aniversário, onde se encontrou com David, conversou e dançou com ele de forma que se eu fosse a noiva dele e presenciasse a cena, faria com que o pouco cabelo que restou de Sabrina após seu corte na França fosse resumido a nada.

Como David sempre fazia com suas presas (e Sabrina sabia muito bem disso, já que vivia espionando cada respirar dele), pediu para que a moça o encontrasse no Solarium. Enquanto isso, ele pegaria uma garrafa de champagne, duas taças – que seriam colocadas no seu bolso traseiro – e pediria para a orquestra tocar uma música cujo nome não me recordo.

O que mais me revoltou nessa parte do filme foi não apenas Sabrina saber que esse convite não a faria mais ou menos especial do que qualquer outra garota que ele tenha convidado ao solarium, mas ver que ela concordou em ir até lá, tendo consciência da desoriginalidade da cantada e, principalmente, sabendo do noivado de David.

Além disso, o que é também ridículo, é que ela só não se igualou a uma qualquer pelo simples fato de David, estúpido como naturalmente deveria ser, ter sentado com as duas taças no seu traseiro durante um rápido bate-papo entre ele, Linus e a mãe, sobre o seu comportamento com Sabrina, impedindo seu comparecimento ao solarium.

Mas a gota d’água para a minha indignação, na verdade, não foi o filme, apesar de ter alugado os ouvidos da minha mãe pra expressar toda a minha revolta, mas ter lido na revista Contigo!, enquanto fazia minhas unhas, que Cássio Reis e Danielle Winits tinham se separado e o pivô foi Jônatas Faro, de 22 anos, um pirralho que mal deixou de usar fralda. Após alguns anos de casados e o nascimento de um filho, a união acabou por causa de um menino mais de uma década mais novo que a mulher.

Pra tudo há perdão, mas a mágoa sempre fica. E se tem uma coisa que eu não consigo admitir é traição. Além de ser de uma frieza muito grande por parte de quem trai, é muita falta de caráter e uma covardia tremenda agir pelas costas, escondido. É vergonhoso saber que alguém prometeu no altar amar alguém até que a morte os separasse, fazer votos e mais votos de felicidade, pra depois tomar uma atitude dessas. Ora, pra quê se casa, então? É melhor ficar solteiro, se for pra ser assim.

Claro que as pessoas podem se enganar e perceber depois que o casamento foi um engano, o que, para mim, não é justificativa para um divórcio, porque muito, mas muito dificilmente alguém casa enganado, mas se for pra trair, que seja ao menos sincero com o cônjuge e caia fora do relacionamento antes de agir dessa forma ou então, ao expor suas fraquezas, tente melhorar a relação. Ninguém é tão desimportante a ponto de merecer ser tratado de forma tão desumana e cruel.

Não gostei de Sabrina. Assim como nunca gostei de “O Encantador de Cavalos”. São dois filmes que passo longe quando busco algum dos DVDs do papai para passar o tempo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Magia do Sorriso

Se eu tivesse que citar um hormônio que me fascina, que eu gostaria que vivesse sendo liberado por todo o meu corpo, esse hormônio seria a endorfina. Ela não apenas melhora a capacidade de memorização e o sistema imunológico, como também aumenta a resistência física e mental do ser humano. Além dessas funções, ela também possui outras igualmente interessantes, mas a que eu mais gosto é a de melhorar nosso estado de espírito.

A primeira vez que li sobre a endorfina foi em uma revista de esportes, o que me fez compreender o porquê de me sentir tão feliz sempre que corria, velejava, pedalava ou praticava algum outro exercício físico que me agradasse. A liberação de endorfina, no entanto, ocorre sempre que temos a sensação de prazer. Um brigadeiro, um pedaço de bolo ou torta são capazes de fazer com que liberemos esse hormônio tão necessário ao nosso corpo.

Agora, se você me perguntar qual a melhor forma de liberar endorfina, eu digo que é por meio do sorriso. Sempre achei impressionante como podemos modificar o dia inteiro de uma pessoa através do nosso sorriso e nem sequer tomamos conhecimento disso.

Toda manhã, quando vou à Castelli, é sagrado cruzar o caminho com uma guria bem em frente ao Empório. Ela é bem nova e sei que ainda está na escola. Pelo caminho que ela faz, deve estudar no Marista ou no Danton. Anyways, depois de uns dias passando uma pela outra todas as manhãs, começamos a sorrir uma para outra. Estranho, mas eu ficava com o sorriso até umas duas quadras, pelo menos. Com umas semanas, já passávamos uma pela outra e falávamos “Oi! Tudo?*”. O sorriso, a partir dessa época, já era ainda mais escancarado.

O motivo para estar falando isso? Lembro muito bem de quando ia a pé pra Castelli e não via essa menina. Eu ia normal, nem triste, nem feliz. Indiferente. Agora que a vejo sempre, que tenho a oportunidade de dar um sorriso sincero para alguém que nem sei o nome, mas que me faz um bem enorme, e tenho a chance de receber um sorriso lindo, sincero e aberto em troca, meu dia fica ainda melhor do que o que sempre foi.

Liberar endorfina correndo é bom, mas exige esforço físico; comendo brigadeiro também é uma ótima forma, mas a sensação de prazer acaba logo e temos que comprar outro, já que não nos contentamos apenas com um – e dá-lhe calorias extras e desnecessárias.

Não existe forma melhor de se produzir endorfina do que através do sorriso, algo tão puro e sincero, que dá uma sensação de prazer enorme e constante, além de melhorar o estado de espírito não só da pessoa que o dá, mas também o da pessoa que o recebe.

Antes de tudo, pense em você e em como um simples sorriso pode melhorar todo o seu corpo. Depois veja que você, ao pensar em si mesmo, acaba ajudando outras pessoas a experimentarem a mesma sensação de prazer, afinal, ninguém sorri pras paredes.

*Aqui em Canela (não sei se em todo o estado do Rio Grande do Sul), as pessoas não costumam perguntar “tudo bem?”, apenas “tudo?”.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Conversas avec Thai: amor, baladas e solteirice.

Ontem fui com Thai comer no Empório. Aproveitamos que estava um calor danado em Canela – sim, é inverno e a cidade é um gelo, mas sempre surge um diazinho quente pra dar uma amenizada – e saímos para pegar um solzinho, conversar e engordar com as gostosuras do Empório.

Adoro sair pra comer com minhas amigas, não só pelos locais super agradáveis que vamos, tampouco apenas pela comida deliciosa, mas também por todos os assuntos que surgem enquanto esperamos nossos pedidos e, mais tarde, enquanto os devoramos.

Comentávamos sobre uma amiga minha e da minha família, lá de Fortaleza, que já tem um pouco mais de 50 anos. Ela é bem resolvida, trabalha, é inteligente e competente, só meio baladeira. No início do ano ela namorava um homem da mesma idade, mais ou menos. Não sei por qual motivo, mas agora ela está solteira e, aparentemente, não muito feliz.

Eu e Thai temos muitos pensamentos em comum, talvez seja pela forma como fomos criadas ou pela simples personalidade e características parecidas. Por causa dessa senhora, acabamos falando sobre nossas vidas e sobre o receio que muitas pessoas tem em assumir um compromisso.

Muitas vezes encontramos solteirões de 30 e poucos anos, metidos a adolescentes, saindo pra farra, tendo mil e um casos, mas nada de namoro sério. Quando o tempo vai passando, as rugas vão aparecendo e o número de pessoas que se interessavam por eles vai diminuindo, começam a pensar em casar, mas para encontrar alguém nessa idade já fica mais complicado.

Claro que uma pessoa não precisa ser casada para ser feliz. De fato, existem muitos casados que não o são, mas por pura questão de não saber lidar com as diferenças ou por ter casado sem amor, que é uma das bases para qualquer relacionamento duradouro. Entretanto, duvido muito que pessoas nos seus 30, 40 e poucos anos, que vão pra farra e são chamados de tios pelos mais novos, mesmo com o sorriso estampado no rosto graças ao álcool, permaneçam felizes até chegar em casa, abrir a porta e não ter ninguém para recebê-lo com um abraço carinhoso e perguntando como passou o dia.

Todo mundo diz que quer curtir a vida primeiro e depois pensar em casar, como se não houvesse vida depois disso. O problema é que muitas vezes, com um pensamento assim, acabamos deixando de lado a oportunidade de ser feliz pra sempre com uma única pessoa para sermos felizes em alguns rápidos momentos com pessoas que não nos significaram nada, apenas um prazer passageiro.

Ontem descobri mais uma coisa que eu e Thai temos em comum: não abrirmos mão de um amor eterno por uma paixão efêmera e insignificante.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Culto ao Corpo

Fiquei sabendo de uma notícia muito triste esses dias, enquanto corria na academia: um guri que malhava lá e já estava internado fazia alguns dias, faleceu.

Ele era novo, devia ter seus vinte e pico. A morte dele não foi por algum problema de saúde ou acidente, mas por algo que poderia ter sido evitado por ele mesmo. Era notória a musculatura mais avantajada dele, mas nunca sequer pensei que ele utilizava anabolizantes, que foi a causa da sua morte precoce.

Não sei se os pais sabiam disso ou não, caso tenham tomado conhecimento, foram extremamente omissos e negligentes, concordo quando dizem isso. Só que sempre culpamos os pais pela falta de cuidado, de atenção. Sim, eles realmente tiveram a parcela de culpa por não terem agido – se é que não tentaram, afinal, julgar é fácil demais para quem é um simples espectador dessa história –, mas tenho certeza de que esse rapaz sabia dos males que anabolizantes podiam causar ao seu corpo caso não fossem utilizados da forma adequada. Ele não era criança e tinha plena noção de seus atos.

Os anabolizantes são como as drogas em geral, muitas delas ajudam na prevenção de doenças, assim como previnem seu alastramento sobre o corpo. O problema não está no uso, mas no abuso.

Cada pessoa tem suas prioridades e seus graus de importância. Não sei até que ponto esse rapaz amava tanto o seu físico para colocar a própria vida em risco a fim de mantê-lo tonificado. Talvez ele estivesse insatisfeito com o corpo e não vejo mal algum em tentarmos mudar algo na nossa aparência quando estamos infelizes, mas essa mudança deve ser feita de forma sábia, afinal, do que adiantou o rapaz ter um corpo tão bonito e morrer tão jovem?

Nossa aparência é nosso principal cartão de visita e, portanto, deve ter toda a nossa atenção, mas esse cuidado deve ser natural, nunca nocivo. Os exercícios deveriam ser feitos visando nossa saúde, o corpo bem definido vem como conseqüência.

Em 1 Coríntios 6:19 está escrito “ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. Eu, por acreditar fielmente na existência dEle e saber que seu Espírito habita em mim, faço questão de cuidar da minha alimentação e da minha saúde, assim como também do meu físico.

Sempre oro, inclusive, para que a vaidade não me venha à cabeça, porque sei quão fácil é nos seduzirmos com essas facilidades medicinais que beneficiam nosso corpo. A questão é que, infelizmente, muitos de nós não sabemos utilizar esses meios de forma ponderada e acabamos sofrendo conseqüências muitas vezes irreversíveis.
Preocupemo-nos mais com nossa saúde e menos com nosso físico. Entre morrer jovem e musculoso ou idoso, mas com saúde, fico com a segunda opção.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lista de Atividades: Férias em Fortaleza!

Como prometido anteriormente, aqui vai uma lista de algumas coisas que quero fazer durante minhas férias em Fortaleza no próximo mês.

PS: preciso do apoio dos papis na maioria delas, mas tenho certeza de que eles não medirão esforços para concretizá-los, né? Né, papi? Né, né?

1- Fazer o exame de direção na sexta-feira. Antes quero ter só mais uma aula pra relembrar baliza, garagem e retorno. Quero ter aula com o Paulo, ta, papi?
2- Visitar o Aquiraz Riviera.
3- Comer tapioca, pamonha, canjica, baião-de-dois e mais outras comidas da região.
4- Tomar suco de milho
5- Correr na Beira-Mar
6- Visitar a feirinha da BM, o Mercado Central, o Centro Dragão do Mar
7- Comprar uma calça de corrida (eu tenho short, mas pro inverno tem que ser calça, né...)
8- Sair com os primos
9- Dormir com vovó
10- Cozinhar com papai e mamãe (inclusive, vou escolher uma receita para fazermos no jantar do dia 14/07. Fiquem de sobreaviso).
11- Ter aula de violão (papis, vocês podem ver a disponibilidade de Jessé para ir à Messejana todos os dias pela manhã começando na segunda-feira, dia 19/06?)
12- Ir com vovó e mamãe pro sítio e carregar os primos juntos (quero ir na quinta do dia 15/07)
13- Praia com os primos!
14- Passar o primeiro fim de semana com Zé e Carlinha.
15- Jogar boliche com Debbie (no domingo, quando for à igreja, já marco com ela pra segunda ou quarta)
16- Passar uma tarde com maninha
17- Reunir família paterna (na sexta-feira do dia 23/07 é uma boa?)
18- Cozinhar baião-de-dois e fazer bolo de banana com vovó (vóvis, mas o bolo de banana vai ser light, tá?)
19- Abastecer carro no posto e fazer a prestação de contas com mamãe
20- Comprar uma filmadora, porque minha máquina fotográfica já não supre mais todas as minhas necessidades. Papi, promete que vai pensar com muito carinho sobre isso? Pleeeease! ;**

Até agora é só isso mesmo. Na verdade pensei em mais outras coisas, só que o pouco tempo me impediria de realizar tudo e prefiro não me frustrar por criar muita expectativa.

sábado, 19 de junho de 2010

O Casamento de Nelinha

Hoje fui alugar um filme com Thai a fim de assistirmos nesse sábado a noite e desopilarmos um pouco, depois de uma semana desgastante, chegando em casa por volta das 23h da noite todos os dias por causa de projetos e coisas do gênero.

Antes de começarmos a assistir ao filme, ligamos a TV e bem na hora passava a cena de uma novela da Globo, Tempos Modernos, que não assisto porque, além de não gostar de novelas, tenho curso todos os dias nesse horário. Anyways, como qualquer outra novela, você só precisa de 10 míseros minutos para saber tudo o que aconteceu até aquele exato momento e tudo o que acontecerá dali em diante.

A cena por si só me chamou atenção. Era do casamento da Nelinha. Ela, na novela é apaixonada pelo Zeca. Eles chegaram a namorar, mas descobriram que, pasmem, ele era filho do pai dela, logo, os dois eram irmãos. Fim de namoro.

Nelinha conheceu alguém que não sei o nome, chamemos de João para que eu não tenha que ficar escrevendo “alguém que não sei o nome” o tempo todo nesse texto – se bem que eu poderia só usar o CTRL C/ CTRL V.

Enfim, no momento do casamento dela com João, antes de entrar no altar, descobriu que não era filha do pai dela ou, melhor dizendo, do cara que ela chamava de pai. Alguém conseguir não ser filha do próprio pai é uma proeza muito medonha mesmo. Se ela não era filha do cara, ela não era irmã do Zeca, que é o rapaz que ela realmente ama. Ela não sendo irmã dele faz com que os dois possam ficar juntos. Eu sou muito esperta, né? Eu sei.

Assim que descobriu, ela ficou sem saber o que fazer e chamou o noivo, que já estava no altar. Quando ele entrou na sala, ela tava chorando e falou que descobriu que Zeca não era irmão dela. A novela acabou bem na hora em que ela entra no altar para se casar com João, que a convenceu a continuar o casamento assim mesmo.

Eu, se fosse o João, jamais aceitaria casar com alguém que não me amasse, mesmo que tivesse profunda admiração por mim. É horrível saber que uma pessoa vai estar ao teu lado pra sempre, mas amando outro. Dizem que o amor pode vir com o tempo. Eu prefiro não arriscar.

Acredito, sim, que posso viver com alguém o resto da vida – e de forma feliz – sem necessariamente amar como homem, apenas como um bom amigo e companheiro, mas isso seria o mesmo que negar o amor de alguém que poderia surgir futuramente ou que já tenha surgido. Isso eu digo levando em consideração, conservadora como sou, que casamento é para sempre e não me casaria pensando que poderia me separar caso encontrasse outra pessoa a quem realmente amasse.

Bom, são apenas devaneios meus. Ninguém é obrigado a concordar com nada disso. O que queria falar mesmo quando comecei a escrever esse texto era só que se estivesse no lugar da Nelinha, não casaria. Prefiro não casar a casar sem amor.

Aí me vem aquelas pessoas dizendo “mas amor não paga as contas e nem coloca o pão na mesa”. É pra me sustentar que eu estudo, não preciso do sobrenome de ninguém para isso. Prefiro ficar solteira a casar sem amor. Aliás, prefiro ficar solteira a abrir mão de várias outras coisas que estão, inclusive, acima do amor, mesmo que isso me fizesse sofrer por toda a vida.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Um Mês Pra Fortaleza!

Hoje falta exatamente um mês para chegar a Fortaleza e passar meus 10 dias de férias com minha família. Engraçado que em dezembro do ano passado eu procurava o que fazer em julho para não ter que voltar pra casa. Não que eu não goste da minha cidade, muito pelo contrário, Fortaleza é uma das cidades que mais amo, além de São Paulo e Porto Alegre.

O problema era que quando chegava lá pras férias muitas vezes deixava de ir aos locais que queria por pura comodidade e dependência. Comodidade porque moro no Porto das Dunas e pra chegar na cidade demora um bocadinho. Dependência porque, como ainda não tenho carteira, preciso da disponibilidade dos meus pais para ir pros cantos, já que não sou cara de pau – pelo menos não a tal ponto – pra ficar pedindo que meus amigos façam praticamente uma viagem para me pegar.

Meus pais já sabiam que estava procurando alguns cursos em SP para julho e, como sempre, eles me apoiaram. Papai, perceptivelmente, apoiava sem muita vontade, porque me queria em Fortaleza nas férias. Após algumas (várias) indiretas de papi, resolvi ir à Fortaleza próximo mês. Confesso que depois de ter tomado essa decisão, uma paz tomou conta de mim.



Poucas pessoas sabem, mas agora vão saber (até parece que esse troço é lido por muita gente, mas enfim...), próximo ano já é praticamente certo que morarei na França por 10 meses, fazendo estágio em um hotel da rede Relais&Chatêaux, junto com Luci, uma das integrantes da CM7 e uma grande amiga minha.

Conversando com Celso, responsável por nos enviar ao estágio, vi que passaremos cerca de um ano fora, não apenas 10 meses, pois vamos aproveitar o momento e mochilar depois desse tempo. Portanto, quero aproveitar os poucos meses que me restam para ficar com as pessoas que eu amo incondicionalmente e que me amam na mesma intensidade. Tenho apenas 10 dias em julho, menos de 1/3 de dezembro e o mês de janeiro para ficar com meus pais, minha avó, meus primos e tios.

Está mais do que na hora de começar a valorizar essas pessoas que fizeram e fazem tanto pelo meu futuro. Os grandes responsáveis pela minha formação. Hoje eu ia só colocar a lista de todas as coisas que quero fazer nessas férias, mas, por algum motivo, quando fui passá-las do papel ao note, comecei a escrever isso aqui.

A lista, portanto, terá que ficar pra próxima postada.

sábado, 12 de junho de 2010

Dia dos Namorados e Minhas Namoradas!

Hoje é dia dos namorados. Sempre achei estranho as pessoas comemorarem datas sem saberem o real motivo delas. Não que eu me importe tanto com o significado de todas, mas se for pra celebrar, tenho que saber o porquê.

Conta a história que o imperador romano Cláudio II proibiu a realização de casamentos durante a guerra, visto que, de acordo com ele, solteiros eram melhores guerreiros. Bispo Valentim, por discordar tanto do pensamento quanto da imposição do imperador, continuou realizando casamentos e, inclusive, casou-se em secreto.

Quando foi descoberto, foi preso e condenado à morte, que se deu no dia 14 de fevereiro. Antes de sua execução, enquanto estava na cadeia, chegou a receber cartas de vários jovens apaixonados e até se apaixonou pela filha cega de um carcereiro que, dizem, passou a enxergar.

Prefiro comemorar o Valentine’s Day, dia 14 de fevereiro, do que o Dia dos Namorados, dia 12 de junho. Tudo bem que aqui é comemorado hoje pelo fato de amanhã ser o dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, mas, pelo nome e pela importância dada ao dia, sou muito mais o Valentine’s.

Dia dos Namorados parece algo tão descartável, tão superficial. Hoje deveria ser um dia pra celebrar o amor entre todas as pessoas, não só entre casais de namorados, mas entre pais e filhos, primos, sobrinhos, netos, cunhados, amigos... Se bem que nem sequer deveria ser preciso criar um dia para algo que deve ser lembrado e vivido todos os dias da nossa vida.

Anyways, resolvi presentear todas as minhas amigas que moram no RS e fazem parte do meu dia-a-dia: as minhas eternas namoradas! Nós temos uma irmandade. Todo mundo é cúmplice uma da outra, todo mundo escuta os desabafos e aconselha. Todas adoram um abraço e amam retribuí-lo. E são as nossas diferenças e a forma com a qual lidamos com elas que fazem do nosso grupo um dos poucos realmente leais e permanentes. Amo-as, gurias!


E que venha nossa formatura, porque independente de para onde formos, vocês serão as minhas namoradas, e eu assim serei para vocês!!

domingo, 9 de maio de 2010

“Mulher virtuosa, quem a achará?”

Minha família sempre foi o oposto de tudo que se possa imaginar. Não nos presenteamos nos aniversários, não compramos nada um para o outro no Natal, não existe dia dos pais, dia das mães, dia das crianças ou qualquer outro dia que seja.

Claro, quando eu ou Natan precisamos de alguma coisa, meus pais não pensam duas vezes em comprar. Quando eles precisam, obviamente, também compram. Mas nunca por cauda de uma data em específico. Entretanto, infelizmente, sempre esperamos por datas estipuladas pelos homens para dizer algo a alguém especial, quando deveria acontecer diariamente.

Existem filhas que mal olham na cara das mães, mas hoje estará almoçando com ela simplesmente por causa do dia. Bueno, liguei pra minha mãe como de costume. Desejei feliz dia das mães e falei as coisas clichês que todo mundo fala. Inovação não é algo característico em datas especiais.

Como não quero ficar séculos sem escrever no meu blog – olha o interesse por trás do motivo do post -, vou falar sobre uma das (poucas) pessoas mais importantes na minha vida, minha mãe.

Desde criança sempre fui muito apegada a ela, inclusive, até pouco antes de ir estudar no Canadá, só conseguia dormir se ela cantasse pra mim. Shame on me, I know. Quando estava na quinta série do ensino fundamental, ainda residindo na Henriqueta Galeno, em frente ao Colégio 7 de Setembro, perguntei pra minha mãe se ela amaria a mim tanto quanto a meu irmão mais novo, caso tivesse um. Óbvio que ela disse que sim. Não dormi até ela dizer que amaria mais a mim do que qualquer outro inoportuno filho que viesse posteriormente. E ainda fiz com que me garantisse que a ligação das trompas era segura e que, dessa forma, seria impossível engravidar novamente.

A verdade é que é tão difícil encontrarmos alguém realmente importante que, quando isso acontece, não queremos dividi-lo com ninguém. E minha mãe é o tipo da pessoa que qualquer um se apaixona. E ter que dividi-la com meu pai e meu irmão já era o suficiente pra mim.

A Bíblia fala sobre a mulher virtuosa e, sem sombra de dúvidas, papai foi muito abençoado em tê-la encontrado. Minha mãe não é só uma excelente esposa, mas uma companheira inigualável, amiga fiel, mãe carinhosa e, por incrível que pareça, paciente, além de linda e com um corpo de dar inveja a qualquer jovem de 20 anos (e eu me incluo nesse grupo).

Se for pensar em termos de dona de casa, minha mãe nunca foi das melhores de acordo com o padrão conhecido. Até hoje o fogão do nosso apartamento é só de enfeite, porque nunca sequer compramos um botijão de gás pra lá; e o da nossa casa só serve pra quando recebemos visitas e, ainda assim, temos que testá-lo zilhões de vezes para termos certeza de que ainda funciona.

Mas, como disse papai ao meu avô quando foi pedi-la em casamento, ele não buscava uma cozinheira, mas uma companheira. E isso ele tem há 23 anos. Minha mãe amanhece o dia de joelhos orando pela nossa família e vai dormir da mesma forma, pelo mesmo motivo. Meus pais trabalham juntos e quando minha mãe vai pro sítio com minha avó, dias de terça e quinta, meu pai fica completamente sem chão no trabalho. Tanto é que volta mais cedo pra casa. Nessas férias, quando estive em Fortaleza, isso foi bem perceptível.

Em dezembro e janeiro, por sinal, não sei quem ficava mais ansioso para que minha mãe voltasse logo pra casa: eu ou meu pai. Quando ela chegava, ninguém desgrudava e era uma competição horrível para ver com quem ela ia ficar depois do jantar. Papai foi o que ficou mais contente com o final das férias e minha conseqüente volta ao RS. Por mais que ele negue, eu sei que é verdade. E compreendo, sério mesmo.

Mas, sem querer falar no quesito esposa, que ela é excepcional, a única coisa que tenho a dizer é que Deus foi maravilhosamente bondoso comigo. Eu não mereço a mãe que tenho. Só tenho a agradecê-la por ser sempre tão amiga, pronta pra me escutar quando preciso, mesmo que depois leve um tremendo esporro; por abdicar de tantas coisas pelo meu futuro; por orar por mim quando nem eu mesma oro, por interceder pelo meu futuro quando eu, muitas vezes, não o faço; por me amar mesmo com minhas grosserias, fase pela qual geralmente passamos e eu, infelizmente, não fui uma exceção.

Quando penso em mim como filha, desisto da idéia de ter filhos. Contudo, quando olho para minha mãe, mudo rapidamente de idéia, porque quero ter a oportunidade de abençoar a vida de alguém como minha mãe abençoa a minha, mesmo quando não faço por merecer.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Jogos de Azar: 64 anos de proibição.

Hoje faz exatamente 64 anos que o então presidente da república Eurico Gaspar Dutra assinou o Decreto-Lei 9215, proibindo os jogos de azar no Brasil. Sinceramente falando, os jogos de azar não são proibidos em sua totalidade: empresas privadas é que não podem ter esses jogos. O governo, justo como sempre, pode.

A legalização dos jogos de azar movimentaria bem mais a economia de muitas cidades que já lucram com o turismo, assim como passaria a movimentar a economia de cidades que não lucram nada porque não possuem atrativos turísticos interessantes o suficiente, fazendo com que o único diferencial que teriam a oferecer seria as casas de jogos.

Sim, é possível fazer com que cidades pequenas e sem muitos chamativos tragam lucro para o local apenas através de cassinos. Isso ocorreu na época de ouro dos cassinos no Brasil. Um exemplo disso é o município mineiro de São Lourenço que, mesmo sendo o menor município de Minas Gerais, possuía 8 cassinos. Para suprir todas as necessidades de hospedagem e alimentação, 40 hotéis foram construídos por empresas privadas.

Qual a mão de obra necessária para abrir um cassino? Atendentes, seguranças, bartender, gerentes, valets e faxineiros. Isso contando apenas o básico, e sem supor que o cassino tenha hospedagem, o que sempre foi e continua sendo bem difícil ocorrer. E para um hotel, qual a mão de obra? Citando apenas o necessário para um hotel de pequeno porte: camareiras, recepcionistas, faxineiros e cozinheiros. Isso sem falar da mão de obra indireta: lavanderia, manutenção de equipamentos e fornecedores de alimentos.

Agora imagine como o pequeno município de São Lourenço, ao ter 8 cassinos e 40 hotéis, não deve ter melhorado na época, através de toda essa geração de empregos e entrada de receita estrangeira, através do público atraído à região, que englobava a classe média-alta de SP e RJ, além de argentinos, paraguaios e uruguaios.

O maior e melhor cassino da América Latina está situado no Uruguai, o Conrad, onde apostadores brasileiros viajam e deixam todo o seu dinheiro por não ter opção de jogo no próprio país. O Brasil acaba deixando de lucrar com o dinheiro da própria população e de turistas de demais nacionalidades que gostam do jogo e preferem viajar a um país minúsculo como o Uruguai para jogar a viajar ao RJ só pra bater foto de braços abertos em frente ao Cristo Redentor com sua mais nova aquisição: pichação.

O decreto-lei assinado por Dutra fechou 71 cassinos e deixou cerca de 60.000 pessoas desempregadas.

O principal motivo para a proibição dos jogos no Brasil é a questão moral e o perigo relacionado ao vício, assassinato e drogas.

Engraçado ver o governo falando sobre moral e bons costumes quando ele é o melhor e maior exemplo de canalhice no país. De qualquer forma, é importante salientar que a minha moral é diferente da de outras pessoas e eu não tenho o direito, assim como ninguém o tem, de impô-la sobre alguém.

Quanto ao vício relacionado ao jogo, contanto que a pessoa esteja jogando com seu próprio dinheiro, sendo vício ou não, entrando em dívida ou não, a responsabilidade é unicamente dela. Ninguém precisa do tutor Governo ditando do certo e o errado para ninguém.

Em relação a assassinatos e aumento da criminalidade, o que se tem a fazer é deixar a segurança para empresas privadas. Cassinos com bons recursos pagarão por segurança máxima, assim como pessoas de classe abastada pagarão a mais para frequentarem locais seguros. Legalização de cassinos não significa legalização de assassinatos. Eles continuarão sendo crimes e a eles serão tomadas as devidas ações.

E, falando das drogas, um mal que a pessoa faz ao próprio corpo não deveria ser considerado crime. Dizem que droga faz mal à saúde. Eu não uso droga e governo me faz mais mal do que muitos usuários que conheço. Posso proibir o governo de me roubar a partir de hoje, então?

Agora, se me dão licença, vou receber minhas amigas e fazer minhas apostas caseiras. Au revoir!

quinta-feira, 25 de março de 2010

E eu com o “global warming”?

Nunca acreditei no aquecimento global. Sempre me pareceu uma grande história de carochinha dos cientistas que não conseguem encontrar nada de interessante em suas pesquisas e resolvem se divertir com nossa ignorância, através de sua lábia científica.

Há quem diga que tudo isso começou para reeleger o ex-vice-presidente americano Al Gore. Se isso é verdade, não sei. Só sei que esse homem é uma verdadeira piada pra mim, principalmente depois de ganhar o Prêmio Nobel da Paz, que também é outra piada, levando em consideração que até um assassino terrorista como o Yasser Arafat também ganhou.

A mudança climática é algo completamente natural. O mundo, agora, passa por um processo de resfriamento, não de aquecimento. Prova disso são estudos realizados no Oceano Pacífico que, do período de 1977 a 1998, passou por um processo de aquecimento, mas que, desde o ano seguinte, começou a esfriar. Estima-se que isso perdure por 20 anos[1].

Mudança climática é algo natural e inerente não só à Terra, mas também aos demais planetas. O mundo passa por mudanças climáticas desde sempre. Até a era glacial é algo que vai e volta. E nas suas primeiras aparições, tenho certeza que não tinham humanos aumentando o efeito estufa por assistirem à televisão ou por realizarem um rally nos finais de semana com seus Trollers.

É possível encontrar vários artigos e textos sobre a farsa do aquecimento global, portanto, não irei escrever sobre isso aqui, até porque não foi isso o que me estimulou a falar sobre esse assunto.

Ontem, na aula de inglês, lemos um pequeno informativo sobre o Earth Hour 2010[2]. Pra quem não sabe o que é, é uma ação organizada pela WWF, onde várias pessoas, voluntariamente, optam por desligarem as luzes de suas casas, empresas e afins por uma hora. Isso acontece uma vez por ano.

Talvez por meu ceticismo, ignorâncio ou, quem sabe, pelo simples prazer em ser a do contra, considero essa ação inútil. As a matter of fact, talvez tão inútil quanto tentar ensinar plural ao Lula.

Uma pessoa que vive comendo junk food resolve fazer, anualmente, o dia saudável. Nesse dia ela só vai comer comida orgânica. Isso vai ajudá-la em que? Um dia representa 0,27% de um ano inteiro. Isso é um dia. Imagina uma pessoa que vai desligar as luzes por uma hora. Uma hora em um ano de 365 dias. Qual o sentido nisso? Eu, sem me interessar pelo assunto nem ser, muito menos, uma ativista, acabo ajudando muito mais o meio-ambiente através das minhas ações diárias do que me abstendo de usufruir da minha energia por uma simplória uma hora do meu ano.

Pessoas fazem tanto alarde sobre o aquecimento global e inventam cada atividade excêntrica para minimizá-lo que acabam por não serem mais levadas a sério. Eu já não os levo há séculos.

Bueno, lo siento, mas não vou perder uma hora da minha noite por uma causa em que nunca acreditei.


[1] http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/2298-cientista-diz-que-aquecimento-farsa
[2] http://www.earthhour.org/Homepage.aspx?intro=no

terça-feira, 23 de março de 2010

A Comodidade Que Não Vale a Pena

É engraçado como as pessoas conseguem se fechar pras outras com tanta facilidade. Conheço uma senhora que valoriza mais animal que ser humano. Realmente não entendo isso. Adoro animais, mas não os considero mais importantes - nem mesmo tão importantes quanto - que humanos.

Tem gente que prefere ficar sozinho. E eu entendo. Verdadeiramente entendo. Por um bom tempo eu preferi isso também. Mas de certa forma me tornei fria, além disso, fiquei mais desconfiada do que o normal. Desconfio de pessoas exageradamente simpáticas, que já chegam me abraçando como se fôssemos amigas há décadas; desconfio dessas almas caridosas que só falam em fazer o bem ao próximo, como se isso fosse uma prova de um coração limpo e amoroso. Sim, eu desconfio. E muito.

Pra mim não existe essa de que todos são inocentes até que se prove o contrário. Na minha concepção, até que prove o contrário, ninguém presta. Essa balela de que a sociedade corrompe não me entra. A gente já nasce com instinto ruim. E se um dia nos tornamos bons, foi simplesmente pela bondade e misericórdia de Deus.

Mas ser frio e só não vale a pena. Pelo menos não pra mim. É bem mais cômodo, concordo. Cômodo e prático. Você não tem que se preocupar com ninguém, não tem que dar satisfação da sua vida, não tem que planejar sua semana baseado, também, nas necessidades de outra pessoa e, fora isso, não se machuca com a deslealdade de algumas pessoas.

Por outro lado, sendo dessa forma, você também não aproveita o lado bom do ser e de ser humano. Não tem nada melhor do que ter alguém com quem chorar, rir, sair, extravasar, desabafar. Por mais que as pessoas sejam capazes dos atos mais atrozes, elas também são capazes de amar.

Todo mundo tem direito a errar, a magoar. É isso o que faz com que o perdão se torne uma ação tão honrosa.

Nem sempre o que é mais cômodo é a melhor opção. Prefiro me decepcionar e decepcionar, perdoar e ser perdoada, mas ter a bênção de ser rodeada por amigos e por amor, a me fechar pro mundo para não chorar e, no final, morrer sem nunca ter experimentado a melhor dádiva que Deus nos deu: a vida.

sábado, 20 de março de 2010

O exemplo do Pasteleiro

Hoje fui com Luci e Mary ao pasteleiro. Resolvemos almoçar lá, afinal, é final de semana, dia de extravasar na comida!

Assim que Luci terminou sua aula de francês, ela nos ligou para dizer que já ia pro restaurante. Imediatamente desliguei meu note, coloquei-o na mochila, porque do Pasteleiro íamos fazer trabalho na casa da Luci, e guardei os exercícios do Bender na gaveta da minha escrivaninha para terminá-los mais tarde.

Às 12h15 já estávamos lá, fizemos nosso pedido por volta das 12h25. A Luci pediu o número 6, a Mary o número 5 (tô dizendo os números porque não lembro de que era o pastel) e eu pedi um pastel no forno. Não gosto de frituras. Quer dizer, gostar eu gosto, mas prefiro evitar.

Deu 13h e os pastéis não chegavam. Se o restaurante estivesse lotado, até entenderia, mas levando em consideração que, fora nossa mesa, apenas mais duas estavam ocupadas, tal lerdeza por parte do cozinheiro era, no mínimo, intrigante.

Perguntei ao garçom quanto tempo mais iria demorar. Quando ele saiu para buscar a resposta, fiquei observando o local. Dava pra ver a pessoa cozinhando, então me fixei no cozinheiro que, quando vi, era uma mulher. Uma mulher com uma pintura a la emo. Toda maquiada, com lápis ao redor dos olhos e brincos enormes. Para se locomover pela cozinha, era uma lentidão tão grande que até um cara em obesidade mórbida conseguiria ser mais ágil.

Fora isso, o garçom era muito inseguro, talvez fosse novato. Quase não consegue colocar gelo no copo da Mary quando ela teve que pedir, já que ele tinha levado o copo, mas não o gelo, tampouco perguntado se ela queria ou não.

Quando os pastéis chegaram, às 13h10, estavam ótimos. Mas não tem comida que dê jeito num péssimo atendimento e numa cozinheira toda maquiada numa cozinha quente, borrando o rosto.

Hoje tinham três mesas ocupadas. Se no próximo fim de semana tiver duas, já fico feliz por eles.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Qualidade de Vida?

Sinceramente não aguento mais essas pessoas falando sobre qualidade de vida. Por que sempre que falamos dos nossos planos, alguém pergunta onde entra no meu futuro a qualidade de vida?

Esse conceito, ao meu ver, é completamente subjetivo. Quando falo de meus planos, as pessoas devem me achar um monstro porque no momento em que estou, valorizo mais minha vida profissional, mas isso não quer dizer que não aproveite a vida ao meu modo.

Para algumas pessoas, qualidade de vida é ouvir reggae, deitado nu e de barriga pra cima na grama e observando as estrelas. Sinto muito, mas isso, pra mim, é vadiagem. Prefiro voltar às minhas planilhas e aos meus cálculos, conseguir um bom emprego, investir meu dinheiro e, quando tiver a idade certa, poder aproveitá-lo sem me preocupar com a conta bancária.

sábado, 6 de março de 2010

A Liberdade de Dourado

Eu nunca gostei de BBB, aliás, é um programa esdrúxulo, com pessoas que conseguem ser ainda mais esdrúxulas.

Mesmo não assistindo, estou a par de tudo o que ocorre na casa, pois sigo a Folha de São Paulo no twitter e sempre aparece notícias de todos os estilos.

Na quinta-feira da semana passada me chamou a atenção uma notícia sobre um possível inquérito que a Globo teria que responder por conta de algumas afirmações homofóbicas feitas por Dourado durante o programa[1].

Sinceramente não suporto essa pseudo-santidade nas pessoas, essa hiprocrisia ao se chocar com uma frase do Dourado como se nós também não tivéssemos nossos preconceitos.

Se o Serginho - outro participante do BBB10 - falar algo sobre heterossexuais, duvido que apareça um processo na casa dele. Não existe essa balela de direitos iguais. As minorias sempre tem mais direitos, o que é uma tremenda injustiça.

Se aparece uma pessoa negra usando uma blusa com os dizeres "raça negra" ou "100% negro", não tem problema nenhum. Agora coloca um branco fazendo isso que todo mundo começa a chamar de nazista.

Um homossexual fazer passeata é uma forma de se expressar, já um heterossexual é uma afronta. Orgulho gay, pode. Orgulho hétero, não. Qualquer palavrinha que usamos pode nos fazer ser processados por danos morais.

São essas liberdades parciais que me revoltam, me frustram. Alguns grupos podem se expressar, outros, não. Que tipo de liberdade é essa, que só serve pra uma parte da população?

Na aula de Legislação meu professor estava falando sobre danos morais. Pois bem, danos morais, pra mim, pode se resumir em uma única palavra: frescura. Quem processa uma pessoa por danos morais tem mais é que ir pra um psicólogo. É muito complexo de inferioridade pro meu gosto.

Não assisto BBB, não gosto. Mas, a partir de hoje, torço pelo Dourado. Até o fim.

[1] http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u702091.shtml