quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Homeschooling: uma ótima opção frente o péssimo ensino brasileiro.

Confiar nossos filhos ao ensino das escolas está cada vez mais difícil. Deixar nossas crianças à mercê de professores – em sua grande maioria – incompetentes, incapazes de transmitir um mínimo de conhecimento ou sequer conjugar verbos é o mesmo que assassiná-las intelectualmente.

Falar que o ensino brasileiro é precário é um tremendo eufemismo para abominável, detestável, bizarro, vergonhoso.  Numa pesquisa realizada em 128 países pela UNESCO, o Brasil caiu da 76ª para a 88ª posição no ranking de educação, além de apresentar um índice de repetência (18,7%) maior do que a média de toda a região da América Latina e Caribe (4,4%). [1]

Mas não pára por aí: a situação ainda piora. No mês passado o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) mostrou que o Brasil continua entre os piores no ranking de desenvolvimento educacional. Para se ter uma idéia de como funciona a pontuação, a média mínima que o país precisa ter para passar na avaliação é de 496 pontos. O Brasil conseguiu ínfimos 401 pontos. [2] Nem medianos nós somos. Vergonha.

Agora, depois dessas informações, qual opção nos resta quando o assunto é o futuro de nossos filhos? Depois de Cleber Nunes ser acusado pelo Estado de “abandono intelectual” por retirar seus filhos da escola, agora é a vez de uma família de Serra Negra ter que responder ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público Estadual de SP às acusações de evasão escolar.

O único “crime” que essa família cometeu foi querer uma educação respeitável para as duas filhas que são bilíngües em português e inglês e, de acordo com a mãe, “fazem natação, balé, piano e treinam tênis”, além das quatro horas diárias de estudo [3].

Ora, o “currículo” dessas duas crianças de 11 e 9 anos é muito melhor do que a da maioria das crianças dessa idade e, sem dúvida alguma, ainda melhor do que a de muitos adultos que só falam português (quando falam!).

Diante desse cenário, é completamente aceitável a preocupação dos pais em educá-las em casa, tendo em vista o método de ensino brasileiro, onde crianças mais inteligentes tem que desacelerar seu aprendizado para acompanhar os outros colegas de classe e professores saem declamando livros de história decorados durante as aulas e acham que estão ensinando alguma coisa.

Os que se dizem contra o homeschooling afirmam que esse tipo de ensino “fechado” faz com que as crianças não aprendam a ouvir opiniões contraditórias, não aprendem a trabalhar em equipe e tampouco se socializam. Essa desculpa esdrúxula de gente que quer continuar intervindo na forma com que educamos nossos filhos é rapidamente refutada: para se socializar e conviver com pessoas diferentes não se faz necessário ir à escola; grupos de discussões, leitura, teatro e esportes, além de jogos e clubes estão aí para isso.

Não somente a má gestão do governo interfere negativamente em nossas vidas no que diz respeito à saúde e segurança, ele insiste em levar sua má qualidade de serviços para a educação de nossos filhos.

O Estado não tem que nos dizer a forma apropriada de criar nossos filhos, ele não tem que intervir, não tem que opinar. Espero que o casal de Serra Negra consiga, assim como Cleber Nunes, vencer essa batalha judicial contra a (in) justiça brasileira.


OBS: O Pisa avalia a competência dos alunos em leitura, matemática e ciências. Agora a gente já pode prever o futuro do Brasil no que tange a administradores, economistas, contadores, professores, filósofos, escritores, médicos e cientistas.




terça-feira, 30 de novembro de 2010

Projeto de Lei 122/06 e a violação da liberdade de expressão.

Sempre acreditei que todas as pessoas tem um dom, todo mundo nasceu com uma capacidade ímpar em alguma área. O estado (com letra minúscula mesmo), por ser formado de pessoas, não poderia ser diferente.

Se tem uma coisa que ele sabe fazer bem, não posso negar esse mérito, é inibir a liberdade de todos os indivíduos. E o mais engraçado é que a grande maioria das pessoas obedece sem sequer questionar o porquê dessas leis ou até mesmo o motivo para a existência de um órgão promulgando-as.

Reverendo Augustus Nicodemus Lopes
Recentemente um projeto de lei elaborado em 2006 voltou à tona com todo vigor, após um grupo LGBT se sentir ameaçado por um artigo escrito há três anos, pelo chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, o Reverendo Augustus Nicodemus Lopes.

Após inúmeras retaliações, a Universidade se viu obrigada a retirar o artigo do ar e emitir uma nota de esclarecimento, mas sem pedir desculpas pelo que havia escrito. Afinal, não há motivos para se desculpar por algo que é direito de todo cidadão: a liberdade de expressão.

Muitos afirmam não haver motivos para se preocupar com essa lei, dizem até que estamos fazendo tempestade em copo d’água. Eu discordo plenamente dessas pessoas. Num país onde não temos liberdade para sequer expor nossos pensamentos, estamos todos fadados à perda de outros direitos inerentes ao ser humano, inclusive o de propriedade (sim, essa lei interfere até mesmo nas nossas propriedades).

Engana-se, entretanto, quem pensa que essa lei é destinada apenas ao preconceito homossexual. Constitui-se crime “preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero”.

O estado quer intervir nas políticas de empresas ao dizer-lhes quem empregar e demitir, ameaçando-as com penas de 2 a 5 anos de reclusão caso haja um suposto ato de discriminação.

O estado quer coibir propriedades privadas informando quem elas devem aceitar em seus recintos, estando sujeitas a reclusão de 1 a 3 anos. Caso um meio de hospedagem resolva sobretaxar um determinado grupo, sofrerá entre 3 e 5 anos de reclusão.

Ora, não precisamos do estado para por ordem no mercado, pelo contrário: quanto mais ele interfere, mais atrapalha. Se uma empresa demite ou deixa de empregar alguém competente por questões de preconceito, ela sairá perdendo não apenas com a capacidade dele sendo empregada em outro estabelecimento, mas também através da perda de clientes ou futuros clientes que não comunguem dos mesmos pensamentos que a empresa.

Quanto à questão do Reverendo Augustus Nicodemus Lopes, ele está mais do que certo em se expressar. É no mínimo amedrontador saber que expormos nossa opinião ao público pode comprometer nossa integridade e fazer com que cidadãos corretos como o reverendo sejam considerados criminosos. Num país com leis absurdas como a nossa, querendo ou não, mais cedo ou mais tarde, seremos todos criminosos, porque é nisso que o governo quer nos transformar.

Cidadãos honestos não dão lucro ao país. Essas leis ridículas são feitas não para que as obedeçamos, mas para que a quebremos e, com isso, arquemos com multas e despesas que sustentam a cachacinha e os churrascos de fim de semana dos legisladores e políticos.

Se não temos nem mesmo direito sobre nossa propriedade, qual o objetivo de possuí-la? Se não temos direito sobre nossas opiniões, qual o objetivo de pensarmos? Se não temos direito sobre nossos valores e ações, qual o objetivo de vivermos?

Nossa liberdade está cada vez mais restringida. Se não agirmos logo, depois poderá ser tarde demais.

sábado, 27 de novembro de 2010

Governo: a arte de emperrar o mercado de luxo no Brasil.

O mercado de luxo sempre me fascinou – e qual mulher não se fascina com luxo? Depois que comecei a estudar hotelaria, fiquei ainda mais interessada por essa área. Cremes, perfumes, roupas e tecidos, lençóis egípcios, harmonização de vinhos, restaurantes de alta gastronomia e hotéis luxuosos.

Falar no assunto já me prende por completo, imaginar-me trabalhando na área de luxo, então, me deixa ainda mais maravilhada. Como me formo esse ano e vou estagiar numa rede hoteleira de luxo – Relais & Châteaux –, já comecei a pesquisar sobre esse nicho de mercado no Brasil, para que, quando volte, já saiba para quais locais enviar meu currículo.

O mercado de luxo no Brasil faturou cerca de US$ 6,45 milhões em 2009 e deve aumentar em 20% esse faturamento para 2010. Dentre esses produtos e serviços de luxo, entra a minha área: hotéis, gastronomia, cremes e moda.

De acordo com a Revista Época Negócios, a rede hoteleira Four Seasons vai construir até três hotéis no Brasil até a Copa de 2014, e a LVMH, dona da marca Louis Vuitton, ventila a possibilidade de abrir um hotel de alto luxo aqui no Brasil.

Quem lê essas notícias sem dar muita atenção, fica radiante; porém, quando vai estudar esses casos com mais afinco, percebe que, mesmo com o crescimento do setor, ele ainda tem muito em que melhorar.

Apesar de parecer promissor, o segmento de luxo no Brasil ainda se encontra numa posição bem inferior quando comparado a outros países emergentes, como Rússia e China. A Versace já investiu US$ 56 milhões na Ásia, com foco especial na China.  Só naquele país, abrirá mais 11 lojas.

Enquanto muitas empresas de luxo sofreram variações nos lucros durante a crise, a LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton S.A.) conseguiu aumentar em 2% a sua margem de lucro em 2008, dando o mérito principalmente ao mercado chinês, que, nos próximos cinco anos, será o maior mercado mundial de luxo.

A mão de obra baratíssima na China também incentivou grupos como a LVMH a mudar seus locais de produção para lá. Com os preços de venda permanecendo os mesmos, mas com a redução dos gastos com despesas operacionais, o lucro acaba aumentando. No terceiro trimestre deste ano, a rede já cresceu mais de 23,6%, e estima-se que crescerá cerca de 40% no final de 2010.

Das grandes grifes de luxo, 100 já operam na China, ao passo que no Brasil, até 2008, existiam apenas 20 delas; e, até 2014, calcula-se que haverá cerca de 50 funcionando no país. Não é apenas pela rigidez da CLT que algumas empresas se sentem inibidas a virem ao Brasil; a alta carga tributária -- que pode chegar a extorquir mais de 60% do faturamento através dos II, IPI, ICMS, ISS, IOF, PIS e COFINS -- também desestimula enormemente os investimentos. Conforme estudo da empresa de consultoria Bain & Company, os impostos sobre produtos de luxo na China giram em torno de 20%.

Com tantos entraves por parte do governo, e com tantas facilidades em outros países, é fácil entender por que, mesmo com um mercado de luxo crescente, ainda existe uma quantidade ínfima de empresas estrangeiras ligadas ao luxo aqui no Brasil. Dos empreendimentos voltados para esse nicho de mercado, 60% são nacionais (fonte: MCF Consultoria e GFK Indicador).

Enquanto o Estado achar que está fazendo um bem à nação ao não flexibilizar a CLT e continuar protegendo empresas de luxo nacionais impondo impostos absurdos sobre concorrentes internacionais, esse segmento não desenvolverá o seu potencial e o custo de oportunidade pago por isso será muito alto, impedindo que o país tenha seu lugar cativo nesse nicho de mercado, como a China.

Não apenas isso, mas também enquanto usarem o bem comum como motivo principal para realizar roubos legalizados, até mesmo as indústrias nacionais fugirão para outros países, como muitas já têm feito desde 2005, triplicando o capital investido no Paraguai, devido à baixa carga tributária e mão de obra barata no país vizinho.

Investimentos tanto estrangeiros quanto nacionais poderiam ser feitos aqui, movimentando a economia do país e aumentando a taxa de emprego. Entretanto, por causa do bem comum tão apregoado pelo Estado, o dinheiro de muitos brasileiros tem ajudado a aumentar o PIB de outros países, e o capital internacional que poderia ser aplicado aqui, gerando mais empregos, é alocado para outras regiões, que não o Brasil.

Empresas que precisam de paternalismo para sobreviver não são dignas de confiança. Enquanto imporem que o bem comum seja o objetivo principal e não uma mera consequência dos esforços honestos e das ambições empresariais, o Brasil continuará na mesmice, perdendo grandes investidores, estimulando péssimos empreendedores e nos fazendo comprar produtos caríssimos -- ícone do luxo aqui, mas símbolo da normalidade em outros países.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Porto Alegre: a minha cidade maravilhosa!

Estou a quase um mês da minha formatura e muitas coisas no RS vão me fazer falta. Uma delas são minhas viagens a Porto Alegre. Muita gente não entende o motivo do meu amor pela capital; em contrapartida, juro que não compreendo como alguém pode questionar isso. Basta passar um fim de semana em Porto Alegre pra você se fascinar e se sentir completamente atraído pela cidade.

Sempre gostei de cidades grandes, mas o meu amor por elas só floresceu agora, morando na pequena cidade de Canela por dois anos. Não quero desmerecer a região, ela é linda e cheia de atrativos turísticos, com uma população super simpática e uma natureza incrível. Poderia viver aqui tranquilamente devido à minha facilidade de adaptação, mas se dissesse que é a cidade ideal para mim, estaria mentindo.

São muitos os motivos que me fazem amar Porto Alegre e ter uma vontade enorme de morar lá. A capital oferece várias opções culturais, exposições de artes, pinturas, fotografias, além de declamações de poemas e poesias. Lembro da primeira vez que fui a PoA e em um único final de semana, visitamos três exposições, uma no MARGS, sobre a França no Brasil,  uma de fotografias no Santander Cultural e outra de artes plásticas, onde bati foto com alguns poemas do meu amado Vinícius de Moraes escritos em vidro.

Casa de Cultura Mário Quintana
Nesse mesmo final de semana, tinha peça de teatro para o público infantil na Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ). Ela também oferece outras programações ótimas para todos os gostos: cinema, dança, teatro... Infelizmente alguns desses eventos acontecem durante a semana, por isso não tivemos a oportunidade de assisti-los.

Bem em cima da CCMQ tem um local interessantíssimo pra bater um bom papo, comer bem e com uma música ao vivo (voz e violão) excelente, o Café Santo de Casa, que, pelo nome, já dá até pra imaginar a criatividade no nome das comidas. O cardápio vai desde Multiplicação dos Pães (sanduíches) à Comunhão (pratos feitos).

Como sempre gostei de caminhar pela cidade, principalmente Porto Alegre, adoro ir pra lá e subir a Borges a pé, admirar a arquitetura de várias construções, principalmente a da belíssima Catedral Metropolitana, passar pelo monumento (pichado) de Julio de Castilhos na Praça da Matriz e me deparar com o majestoso Theatro São Pedro que, com o auxílio da Catedral, do Palácio Piratini, do Tribunal da Justiça e da Assembléia Legislativa, cerca toda a Praça Marechal Deodoro (Praça da Matriz).

Terminal Parobé
A Usina do Gasômetro é outra das minhas grandes paixões. Adoro passear por lá nas tardes de sol e depois andar até o Mercado Público, conversar com os sempre divertidos vendedores de frutas do Terminal Parobé, praticar o espanhol com os hippies que vendem colares na Praça da Alfândega (conheci uma hippie paraguaia, que nem em Caxias), escutar alguns artistas tocando violão pelo centro e então descansar no meu insubstituível Subway.

A gastronomia em Porto Alegre é bem variada, com opções para todos os gostos, inclusive vegetarianos e veganos. Na minha cidade natal, Fortaleza, e em praticamente todas as cidades, é possível sim encontrar restaurantes com várias saladas, mas dificilmente existe um restaurante que foque esse público, como é o caso de Porto Alegre. Lá não tem como alguém se sentir excluído por sua preferência culinária, por mais excêntrica que seja.

Sebo em PoA


Andando pelas ruas de Porto Alegre, é impossível não passar por algum dos vários sebos da cidade e comprar pelo menos um livro. Falando em livros, essa semana tem a Feira do Livro na Praça da Alfândega. Ontem tive o prazer de visitar e saí com quatro livros novos, um deles é uma trilogia.


Porto Alegre também sedia vários eventos, feiras e congressos interessantíssimos que, para não fugir do costume, possuem temas diversos, chamando a atenção de públicos diferentes de todos os cantos do Brasil. A capital foi sede do 3º Congresso Vegetariano Brasileiro, Encontro Nacional de Geógrafos, Simpósio Nacional de Estudos Tributários, GrandPrix de Judô, Festival de Teatro de Objetos, V Evento Gastronômico Bar em Bar, além de fóruns como o Fórum Social Mundial, pelo qual não nutro simpatia alguma, e o Fórum da Liberdade. Esse último citado realmente vale a pena participar, porque nele não tem nada de sensacionalismo barato e tampouco fantasia a realidade.


Dia de GreNal. Infelizmente
não foi em PoA
Ainda tem alguns lugares que não fui, mas pretendo visitar antes da formatura, em dezembro, como a tão falada Cidade Baixa, principalmente a Lima e Silva e o Parque Farroupilha. Quero também assistir ao pôr-do-sol no Guaíba e a um jogo no Beira Rio. Pra não matar meu pai do coração, não precisa ser um GreNal, claro.

Além de tudo o que Porto Alegre me propicia quando chego lá, a sensação que tenho quando compro uma passagem Canela-PoA, o sentimento de liberdade, simplesmente não tem preço. A minha felicidade quando chega o dia de viajar, a alegria em pegar minha bolsa, colocar apenas minha máquina fotográfica, um caderninho com a lista do que fazer naquele dia e o meu MP4 pra escutar música durante as duas horas de viagem, são emoções que eu nunca vou esquecer. E não importa o lugar onde estiver, sempre que voltar a Porto Alegre, o meu sorriso vai ficar sempre de uma orelha a outra, porque sei que a cidade vai ter sempre uma novidade me aguardando, porque mesmo que ande pelos mesmos lugares, eles nunca caem no tédio, muito menos na mesmice.

Alguns dizem que quando o sino La Marangona, em Veneza, dobra no exato momento em que alguém chega à cidade, é porque ele tem alma veneziana. Se houvesse um sino desses em Porto Alegre, tenho certeza de que ele tocaria pra mim. Nasci em Fortaleza, mas minha alma será eternamente porto alegrense!
Fim de tarde na Usina do Gasômetro. Adoro!


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Deus, eu Te amo! - Parte II

Fiquei sabendo hoje sobre um acidente que uma garota sofreu aqui no RS. Ela tava voltando de alguma festa de madrugada e por alguma razão, não se sabe se ela dormiu ao volante ou estava bêbada, o carro perdeu o controle. Tinha um caminhão logo na frente e o carro foi direto para baixo dele e explodiu. A guria sobreviveu. Com certeza ficou queimada e com algumas seqüelas, mas sobreviveu.

Nessas horas a gente percebe o quanto nossa vida é pequena, o quanto ela não vale nada. Muitas pessoas se desesperam numa situação dessas, e com razão, mas quando temos fé e sabemos que Deus está no controle de tudo, fica mais fácil aceitarmos alguns contratempos.

Quantas vezes questionamos como isso foi acontecer conosco, quantas vezes ficamos com raiva de Deus, achando que fomos injustiçados, blasfemando e achando que não merecíamos estar nessas circunstâncias. Talvez pelo desespero na hora – afinal, somos humanos e, portanto, fracos – esquecemos que nunca fomos merecedores de nada. Estávamos destinados a morrer e parar no inferno, mas Deus, com sua infinita misericórdia, enviou seu único filho para morrer por nós, nos dando o maior presente que alguém poderia ter: a vida eterna.

Quando passa o momento do choque, percebemos o quanto fomos injustos ao culpar a Deus pelo que nos ocorreu, quando só temos a agradecer. Nós já não tínhamos nada e quando aceitamos tê-lo como Senhor da nossa vida, ganhamos tudo. Ganhamos a salvação da nossa alma.

Portanto, por mais difícil que seja perdermos um braço, uma perna ou sermos diagnosticados com algum tipo de doença, quando temos fé, fica mais fácil conviver com esses incidentes, porque nosso corpo pode estar danificado, mas nossa alma, não. Além disso, a certeza que temos de que a vida é muito mais do que apenas essa e sabermos que quando formos ao céu teremos nosso corpo santificado já é motivo o suficiente para glorificarmos a Deus em toda e qualquer circunstância.

Por isso eu agradeço a Deus por ter me abençoado com o melhor presente desse mundo, que dinheiro nenhum compra e doença alguma abala: a salvação da minha alma!

sábado, 16 de outubro de 2010

É possível amar a mesma pessoa pra sempre?



As pessoas banalizaram muito o amor. Todo mundo ama todo mundo, ou pelo menos é o que dizem. Hoje em dia, crianças de 13 anos começam a namorar, dizem que se amam e depois de duas semanas já acabaram o namoro e iniciaram outro.  Chegam aos 20 já tendo amado tudo. Ou nada.

O grande problema é que esse sentimento não é mais levado a sério como antes e as pessoas não sabem separar amor de paixão. Não tem porquê perguntar se é possível amar alguém pra sempre. O amor em si já é eterno, se alguém diz que ama, não deveria acreditar que é pra sempre? Por mais que nutramos um sentimento especial por uma pessoa, se esse relacionamento acabou, não acredito que tenha sido amor, a não ser que mesmo com o rompimento, o amor continue existindo entre os dois ou em uma das partes.

Claro que somos diferentes e muitos não conseguem – ou não querem – permanecer apenas com uma pessoa a vida inteira, isso é paixão. Um bom exemplo é um dos meus cantores e compositores preferidos, Vinícius de Moraes, que vivia de paixões e expressou isso muito bem em Soneto da Fidelidade:

“Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”

Ele mesmo já sabia que esse amor não seria pra sempre, que era fogo de palha, mortal. O que precisava era viver essa paixão intensamente até que se desvanecesse e, então, partir pra outra.

Só não concordo com o “amor” de “do amor (que tive)”, mas isso vai de pessoa pra pessoa. O que eu escrevo aqui não necessariamente está correto, talvez eu que tenha nascido na época errada mesmo. Não consigo me ver amando alguém por um tempo determinado e depois deixar de amar e passar a sentir o mesmo que sentia antes por outra pessoa. Ou eu amo ou não amo. Amor não tem prazo de validade.

Passar a vida inteira com uma única pessoa também não quer dizer que elas se amam, pode ser mais por comodidade, pra não ter que ficar sozinho. O amor é muito mais do que simplesmente viver juntos ou fazer juras eternas. Duas pessoas podem se amar mesmo morando distantes; mesmo não vendo viabilidade alguma em unir-se a quem ama; e até mesmo casadas com outras pessoas (mas, claro, não significa que traiam os cônjuges em nome do amor por outro, acima de tudo, há o respeito).

O amor é o sentimento mais puro que alguém pode sentir por outra pessoa e é impossível defini-lo plenamente sem que caiamos na pieguice. O amor não tem como ser medido, nem comparado, e para finalmente entendê-lo, precisamos do privilégio de senti-lo. Senti-lo eternamente!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Azul Linhas Aéreas - Parte II

Voltei de viagem pela TAM. O vôo saiu no horário, como sempre ocorreu nas minhas viagens por essa empresa. A comissária de bordo se apresentou de forma indiferente, meio morta e atrás de alguma coisa. Só conseguia ouvir uma voz vinda do além, mas não dava pra ver ninguém falando. Isso é horrível.


As boas-vindas e informações em inglês foram, como de costume, umas lástimas. O cara balbuciava alguma coisa, um dialeto, código interno ou qualquer outra coisa, menos inglês. Não satisfeito com a bizarrice da tentativa frustrada de falar inglês, ele ainda parecia que tava com a língua pesada pra falar. Talvez fosse a preguiça de ecoar algum som, por mais "inintendível" que fosse. Vai saber.

Viajar pela TAM é engraçado porque sempre tem um comissário super simpático e outro que é completamente o oposto. Deve ser uma das normas da empresa, colocar dois comissários homens com graus de simpatia inversamente proporcionais.


O modo com que a comida é distribuída pela TAM é mais organizado. Na Azul, uma comissária passa perguntando a todos os passageiros a bebida que vão querer, anota num papel, volta pra cozinha, pega as bebidas e sai de novo pelo corredor pra distribuir entre os passageiros. Pura perca de tempo. Aquele carrinho da TAM pode ser enorme e obstruir a passagem, mas ainda é mais ágil que ir e voltar duas vezes, como acontece na Azul.


Outra coisa meio estranha é que na Azul as comissárias saem distribuindo os snacks numa cesta presa ao pescoço. Parecem mais aquelas vendedoras de guloseimas do centro de Fortaleza. O produto da Azul, em relação à comida, é melhor, mas o serviço da TAM, sem dúvida alguma, se sobressai.


Quanto ao uniforme, não tem nem comparação: o da TAM é mais bonito, mais elegante e valoriza bem mais o corpo dos comissários, sem ficar vulgar. A apresentação pessoal dos funcionários da TAM também é muito melhor, a maquiagem cai melhor no rosto, o cabelo é mais fixo e a forma de lidar com os passageiros é mais profissional.


Gostei da Azul pela forma descontraída de lidar com os clientes, mas não sei até onde valorizo tanto essa questão a ponto de abdicar de outras áreas que também faço questão, como a pontualidade. Pelo visto ainda vou ficar com a TAM por um bom tempo, até que surja uma empresa que realmente valha a pena a troca.


Adoro a TAM, mas quem disse que hoje em dia cliente é fiel? Se surgir um concorrente melhor no mercado, não hesitarei em trocar. Pensei que a Azul seria esse o tal adversário, mas falhei ridiculamente.