domingo, 3 de janeiro de 2010

Aprendendo Com a Gafe do Boris.

Não vim aqui jogar pedra no Boris Casoy pelo infeliz comentário proferido durante a apresentação do seu jornal na Band. Todo mundo comete gafe e isso é inquestionável. O importante é saber como sair bem dela – e isso, infelizmente, Boris não soube.

Ao fazer algo errado, a melhor atitude a tomar é assumir o erro e mostrar uma saída para reverter a situação. Quando falamos algo errado o modo de agir não é menos importante, tampouco diferente.

A frase de Boris que gerou desconforto e choque em milhares de telespectadores, "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho", me impressionou mais por ter vindo dele do que pelo valor da frase em si. As pessoas são hipócritas demais para dizerem que pensam a mesma coisa, mas sem dúvida alguma Boris não é o único.


Após uma gafe dessas, a primeira atitude a tomar é desculpar-se. Boris fez isso durante um telefonema à Folha Online. Eis sua frase: "Foi um erro. Vazou, era intervalo e supostamente os microfones estavam desligados. Errei mesmo. Falei uma bobagem, falei uma frase infeliz. E vou pedir desculpas”[1].

Perceberam a infelicidade da frase acima? O melhor que o Boris Casoy poderia ter feito seria dizer apenas que errou, que foi uma frase infeliz e dizer a atitude que tomaria (pedir desculpas). E só.

A partir do momento em que ele diz que os microfones deveriam estar desligados, fica óbvio que suas desculpas foram pro forma. Dando a entender que, para ele, os garis realmente são a escória do profissionalismo e que infeliz foi ele ter falado aquilo no lugar errado, na hora errada, visto que os microfones estavam ligados. Portanto, ele não se arrependeu da frase e do seu conteúdo em si, mas do momento (errado) escolhido para expô-la. O erro de Boris foi querer se justificar. Ninguém justifica uma gafe. Assume.

Boris tentou reverter a situação, mas só fez piorar. Não vou julga-lo por ter dito a primeira frase, pois todos temos algum preconceito, não adianta negar. O que importa é saber quando, como e o que falar, para não cometermos gafes como esta e, quando cometermos, sabermos sair da situação de forma menos constrangedora, e não piorando ainda mais, ao cometer outra gafe por cima.

Quem me conhece desde criança sabe o quanto sou fã do Boris e dos seus comentários nos jornais, mas, como ninguém é perfeito, o famoso bordão do Boris acabou virando contra ele.

Na próxima vez que cometerem uma gafe, não justifiquem, desculpem-se. Justificar-se não é apenas humilhante, mas perigoso e completamente inútil.

[1] http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u673601.shtml

2 comentários:

  1. A atitude do Boris se assemelhou à daquela pessoa que, ao falar mal de alguém e descobrir que a pessoa está logo atrás se justifica dizendo:"Foi mal, eu não sabia que você estava logo atrás!". Que é a típica frase que abre brecha para a resposta:"E se eu não tivesse, não tinha problema nenhum, né?".

    Cometer gafes é algo normal, todo mundo comete, mesmo que em situações menos notórias do que a do Boris, mas ao fazer isso temos é que engolir seco o que falamos e apenas se desculpar. Tem coisas que simplesmente conseguem ser justificadas, melhor do que isso é tentar perceber o erro para evitá-lo.

    Muito bom o texto, Sara!

    ResponderExcluir
  2. Pisou na "boris"!

    Desculpem-me pelo trocadilho infame; nao sabia que vcs estavam lendo.

    hehheh

    Excelente texto, Saroca!

    ResponderExcluir