sábado, 16 de outubro de 2010

É possível amar a mesma pessoa pra sempre?



As pessoas banalizaram muito o amor. Todo mundo ama todo mundo, ou pelo menos é o que dizem. Hoje em dia, crianças de 13 anos começam a namorar, dizem que se amam e depois de duas semanas já acabaram o namoro e iniciaram outro.  Chegam aos 20 já tendo amado tudo. Ou nada.

O grande problema é que esse sentimento não é mais levado a sério como antes e as pessoas não sabem separar amor de paixão. Não tem porquê perguntar se é possível amar alguém pra sempre. O amor em si já é eterno, se alguém diz que ama, não deveria acreditar que é pra sempre? Por mais que nutramos um sentimento especial por uma pessoa, se esse relacionamento acabou, não acredito que tenha sido amor, a não ser que mesmo com o rompimento, o amor continue existindo entre os dois ou em uma das partes.

Claro que somos diferentes e muitos não conseguem – ou não querem – permanecer apenas com uma pessoa a vida inteira, isso é paixão. Um bom exemplo é um dos meus cantores e compositores preferidos, Vinícius de Moraes, que vivia de paixões e expressou isso muito bem em Soneto da Fidelidade:

“Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”

Ele mesmo já sabia que esse amor não seria pra sempre, que era fogo de palha, mortal. O que precisava era viver essa paixão intensamente até que se desvanecesse e, então, partir pra outra.

Só não concordo com o “amor” de “do amor (que tive)”, mas isso vai de pessoa pra pessoa. O que eu escrevo aqui não necessariamente está correto, talvez eu que tenha nascido na época errada mesmo. Não consigo me ver amando alguém por um tempo determinado e depois deixar de amar e passar a sentir o mesmo que sentia antes por outra pessoa. Ou eu amo ou não amo. Amor não tem prazo de validade.

Passar a vida inteira com uma única pessoa também não quer dizer que elas se amam, pode ser mais por comodidade, pra não ter que ficar sozinho. O amor é muito mais do que simplesmente viver juntos ou fazer juras eternas. Duas pessoas podem se amar mesmo morando distantes; mesmo não vendo viabilidade alguma em unir-se a quem ama; e até mesmo casadas com outras pessoas (mas, claro, não significa que traiam os cônjuges em nome do amor por outro, acima de tudo, há o respeito).

O amor é o sentimento mais puro que alguém pode sentir por outra pessoa e é impossível defini-lo plenamente sem que caiamos na pieguice. O amor não tem como ser medido, nem comparado, e para finalmente entendê-lo, precisamos do privilégio de senti-lo. Senti-lo eternamente!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Azul Linhas Aéreas - Parte II

Voltei de viagem pela TAM. O vôo saiu no horário, como sempre ocorreu nas minhas viagens por essa empresa. A comissária de bordo se apresentou de forma indiferente, meio morta e atrás de alguma coisa. Só conseguia ouvir uma voz vinda do além, mas não dava pra ver ninguém falando. Isso é horrível.


As boas-vindas e informações em inglês foram, como de costume, umas lástimas. O cara balbuciava alguma coisa, um dialeto, código interno ou qualquer outra coisa, menos inglês. Não satisfeito com a bizarrice da tentativa frustrada de falar inglês, ele ainda parecia que tava com a língua pesada pra falar. Talvez fosse a preguiça de ecoar algum som, por mais "inintendível" que fosse. Vai saber.

Viajar pela TAM é engraçado porque sempre tem um comissário super simpático e outro que é completamente o oposto. Deve ser uma das normas da empresa, colocar dois comissários homens com graus de simpatia inversamente proporcionais.


O modo com que a comida é distribuída pela TAM é mais organizado. Na Azul, uma comissária passa perguntando a todos os passageiros a bebida que vão querer, anota num papel, volta pra cozinha, pega as bebidas e sai de novo pelo corredor pra distribuir entre os passageiros. Pura perca de tempo. Aquele carrinho da TAM pode ser enorme e obstruir a passagem, mas ainda é mais ágil que ir e voltar duas vezes, como acontece na Azul.


Outra coisa meio estranha é que na Azul as comissárias saem distribuindo os snacks numa cesta presa ao pescoço. Parecem mais aquelas vendedoras de guloseimas do centro de Fortaleza. O produto da Azul, em relação à comida, é melhor, mas o serviço da TAM, sem dúvida alguma, se sobressai.


Quanto ao uniforme, não tem nem comparação: o da TAM é mais bonito, mais elegante e valoriza bem mais o corpo dos comissários, sem ficar vulgar. A apresentação pessoal dos funcionários da TAM também é muito melhor, a maquiagem cai melhor no rosto, o cabelo é mais fixo e a forma de lidar com os passageiros é mais profissional.


Gostei da Azul pela forma descontraída de lidar com os clientes, mas não sei até onde valorizo tanto essa questão a ponto de abdicar de outras áreas que também faço questão, como a pontualidade. Pelo visto ainda vou ficar com a TAM por um bom tempo, até que surja uma empresa que realmente valha a pena a troca.


Adoro a TAM, mas quem disse que hoje em dia cliente é fiel? Se surgir um concorrente melhor no mercado, não hesitarei em trocar. Pensei que a Azul seria esse o tal adversário, mas falhei ridiculamente.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Azul Linhas Aéreas - Parte I

Vim passar o feriado em Fortaleza, com minha família. Pela primeira vez voei pela Azul. O aeroporto de Porto Alegre estava um caos, a fila de embarque dava duas voltar ao redor do aeroporto (da parte interna dele, digo). A sorte era que eu tava com a Bi, uma amiga da Paraíba que também ia passar o feriado com a família, então não fiquei sozinha todo o tempo naquela fila.

Como o avião da Bi, que também ia pela azul, decolaria às 19h40 e já eram 19h25, deixaram que ela entrasse logo na sala de embarque, então fiquei o restante do tempo sozinha na fila, mas ela começou a andar mais rápido, então não foi tanto problema assim.

Chegando na sala de embarque, tinha um aviso informando que o vôo atrasaria em 40min. A bateria do meu note já tava pela metade e só tinha levado meus textos do francês pra fazer, mas já tinha me planejado para escrevê-los apenas no avião, então resolvi comprar duas revistas sobre meio-ambiente e alimentação vegana (esse meu tempo de Castelli tá me deixando meio zen...) pra ficar lendo. Ah, passei no cartão do papai, por sinal. Não que eu não tivesse dinheiro, mas resolvi passar no dele e esqueci de avisar. Esse texto foi a melhor forma que encontrei de dar o recado, já que ele só vai ler quando eu estiver bem longe! Sou esperta?

Enfim, o que eu fiz não importa muito, porque o meu objetivo nesse texto era falar sobre a Azul. Pois bem, o vôo atrasou uma hora e vinte, o cara ou esqueceu de chamar o vôo ou tinha a voz realmente muito baixa, porque um monte de gente, inclusive eu, teve que ir até o balcão para ter certeza de que era o momento de entrarmos em fila.

Depois que entramos no avião e todo mundo se acomodou, a comissária de bordo deu as boas-vindas, mas de uma forma um tanto quanto inusitada:

-Boa noite, pessoal!
-...
-Ah, eu não escutei, vocês estão muito fracos! De novo! Boa noite, pessoal!
-Boa noite!

Eu realmente não pensei que as pessoas fossem responder a isso, mas responderam. Sinal de que, apesar de toda essa seriedade e silêncio, nós ainda gostamos de coisas lúdicas. Confesso ter achado um pouco bizarro de início, mas pelo menos ela me fez rir, coisa que outras companhias aéreas não me proporcionam.

Quem me conhece sabe a cara que eu faço quando estou desgostosa com algum acontecimento e eu estava exatamente com essa feição quando entrei na azul. Afinal, era a primeira vez que viajava pela companhia e ela já estava atrasad. Isso sim me tira completamente do sério, mas essa comissária de bordo conseguiu reverter a situação, pelo menos comigo.

Quando ela foi se apresentar, citou também os nomes das outras duas comissárias e disse: “Vamos todos dar um tchauzinho pra que elas não fiquem enciumadas?”. O pior – ou melhor, o mais engraçado – de tudo era que as pessoas realmente obedeciam! E riam! A gente só via as mãos de todo mundo pro alto, dando tchau pras comissárias que mal conseguíamos ver.

Depois que todas as informações foram dadas em português, alguém falou em inglês, como de costume, mas não sei se foi a comissária. Quem falou não passou muito tempo na apresentação, mas foi o suficiente pra perceber que seu inglês era realmente muito bom. Isso sim, numa companhia aérea, é um feito très étonnant.

As opções para lanche também são diferentes. Podemos escolher entre vários snacks, inclusive integrais. Em outras companhias, o máximo que temos é a chance de escolher entre os sanduíches, isso quando eles são oferecidos.

Duas coisas que eu percebi na Azul é que eles não devem ter um POP para quando o passageiro chama um comissário, porque quando acionamos o botão e alguém vem nos atender, ao contrário do que outras companhias aéreas fazem – desligam o botão assim que chega ao passageiro – a Azul deixa o botão como está, então outro comissário acaba aparecendo depois perguntando se o cliente deseja alguma coisa, porque pensa que ele ainda não foi atendido. Pura perca de tempo para o comissário e inconveniência para o passageiro.

A outra coisa que vi e não gostei foi o uniforme. Além de ser azul e lembrar o Grêmio, ele não é elegante. Parecia que tinha tecido demais ali, como se a roupa não fosse feita sob medida e, por isso, ficasse frouxa na funcionária. Não que o uniforme tenha que ficar colado e marcando tudo, mas uma roupa ser solta é uma coisa, ser frouxa é outra completamente diferente.

No mais, foi isso mesmo. Só mais uma coisa que eles fazem de inusitado: sempre que o avião vai decolar ou aterrissar, a comissária pede para que levantemos a persiana da janela para “apreciar” a vista. Isso, obviamente, não precisa ser dito, mas o fato de alguém se preocupar com nossa vista faz com que nos sintamos mais importantes, mesmo que no fundo não passemos de um simples número de poltrona.

domingo, 3 de outubro de 2010

Lidando com a decepção.

Se existe alguma pessoa no mundo que nunca se decepcionou ou se frustrou com alguém, ela deveria se considerar uma felizarda. Quando alguém é muito importante para nós, por mais que elas dêem mancadas e não nos tratem da forma que deveriam, continuamos indo atrás delas, fazendo tudo para ajudá-las, sem nos importarmos em ter nossas ações valorizadas ou reconhecidas.

Entretanto, depois de um tempo, simplesmente cansamos. Às vezes digo pras minhas amigas que invejo a forma com que várias pessoas levam as amizades hoje em dia – de uma forma um tanto quanto fria e indiferente –, porque desse modo fica mais difícil sofrermos tanto com as decepções.

Só que, por mais que eu tente, não consigo ser fria. Sou que nem cachorro: o dono trata mal, não dá carinho, mas, mesmo assim, o cão vai sempre correndo abanando o rabo quando ele chega. O dono, então, não valoriza o cachorro, porque sabe que ele vai continuar ali, no matter what. O que o dono não percebe é que depois de passar muito tempo dando patada e não valorizando a amizade oferecida, o cãozinho se resguarda e desiste, vê que não vale a pena todo o sofrimento por alguém que simplesmente não merece o seu amor.

Acredito que nunca existe uma situação tão ruim que não haja um lado bom. Decepcionar-se com alguém não é, por sinal, tão ruim assim. Claro que ficamos tristes ao ver que muitas vezes alguém que estimávamos tanto não é tudo aquilo (ou não é absolutamente nada) que imaginávamos, mas é muito melhor se decepcionar agora a continuar se enganando e fazendo tudo por alguém que não merece nada. Antes tarde do que nunca!

Além disso, nessas frustrações da vida, acabamos vendo quem realmente merece nosso amor e nossa amizade. Pessoas que antes não sabíamos serem tão importantes assim, pessoas que pensávamos não se importarem tanto conosco, mas que nos momentos difíceis e de desilusões, elas nos apóiam e não se acovardam em falar o que pensam, mesmo que isso signifique afastamento por parte de alguns.

Tudo o que posso dizer agora é que se enganar em relação a alguém não é o problema. O problema é quando vemos que estamos nos enganando, mas fechamos os olhos para isso. Quando não tomamos uma atitude, deixamos de valorizar quem realmente merece e continuamos sendo trouxas, fazendo tudo por alguém que não fez, não faz e não fará nada por nós.

Não há situação tão ruim onde não se possa tirar proveito ou lição!