quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Homeschooling: uma ótima opção frente o péssimo ensino brasileiro.

Confiar nossos filhos ao ensino das escolas está cada vez mais difícil. Deixar nossas crianças à mercê de professores – em sua grande maioria – incompetentes, incapazes de transmitir um mínimo de conhecimento ou sequer conjugar verbos é o mesmo que assassiná-las intelectualmente.

Falar que o ensino brasileiro é precário é um tremendo eufemismo para abominável, detestável, bizarro, vergonhoso.  Numa pesquisa realizada em 128 países pela UNESCO, o Brasil caiu da 76ª para a 88ª posição no ranking de educação, além de apresentar um índice de repetência (18,7%) maior do que a média de toda a região da América Latina e Caribe (4,4%). [1]

Mas não pára por aí: a situação ainda piora. No mês passado o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) mostrou que o Brasil continua entre os piores no ranking de desenvolvimento educacional. Para se ter uma idéia de como funciona a pontuação, a média mínima que o país precisa ter para passar na avaliação é de 496 pontos. O Brasil conseguiu ínfimos 401 pontos. [2] Nem medianos nós somos. Vergonha.

Agora, depois dessas informações, qual opção nos resta quando o assunto é o futuro de nossos filhos? Depois de Cleber Nunes ser acusado pelo Estado de “abandono intelectual” por retirar seus filhos da escola, agora é a vez de uma família de Serra Negra ter que responder ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público Estadual de SP às acusações de evasão escolar.

O único “crime” que essa família cometeu foi querer uma educação respeitável para as duas filhas que são bilíngües em português e inglês e, de acordo com a mãe, “fazem natação, balé, piano e treinam tênis”, além das quatro horas diárias de estudo [3].

Ora, o “currículo” dessas duas crianças de 11 e 9 anos é muito melhor do que a da maioria das crianças dessa idade e, sem dúvida alguma, ainda melhor do que a de muitos adultos que só falam português (quando falam!).

Diante desse cenário, é completamente aceitável a preocupação dos pais em educá-las em casa, tendo em vista o método de ensino brasileiro, onde crianças mais inteligentes tem que desacelerar seu aprendizado para acompanhar os outros colegas de classe e professores saem declamando livros de história decorados durante as aulas e acham que estão ensinando alguma coisa.

Os que se dizem contra o homeschooling afirmam que esse tipo de ensino “fechado” faz com que as crianças não aprendam a ouvir opiniões contraditórias, não aprendem a trabalhar em equipe e tampouco se socializam. Essa desculpa esdrúxula de gente que quer continuar intervindo na forma com que educamos nossos filhos é rapidamente refutada: para se socializar e conviver com pessoas diferentes não se faz necessário ir à escola; grupos de discussões, leitura, teatro e esportes, além de jogos e clubes estão aí para isso.

Não somente a má gestão do governo interfere negativamente em nossas vidas no que diz respeito à saúde e segurança, ele insiste em levar sua má qualidade de serviços para a educação de nossos filhos.

O Estado não tem que nos dizer a forma apropriada de criar nossos filhos, ele não tem que intervir, não tem que opinar. Espero que o casal de Serra Negra consiga, assim como Cleber Nunes, vencer essa batalha judicial contra a (in) justiça brasileira.


OBS: O Pisa avalia a competência dos alunos em leitura, matemática e ciências. Agora a gente já pode prever o futuro do Brasil no que tange a administradores, economistas, contadores, professores, filósofos, escritores, médicos e cientistas.