Costumeiramente as pessoas se indagam sobre o sentido da vida, se vale a pena nascer pra viver em um local tão perverso e injusto como o atual mundo em que vivemos.
Ontem, enquanto fazíamos, eu e minhas três grandes amigas da Castelli, um trabalho de sociologia sobre a relação entre hotelaria e gestão ambiental, concomitantemente questionávamos sobre diversos assuntos – o que é de costume nas nossas sagradas reuniões – e um deles, trazido pela Thai, me fez parar um pouco para pensar.
O que me deixou intrigada não foi a pergunta em si, nem mesmo a resposta que dei, e sim se eu estava vivendo aquela resposta.
“Será que vale a pena viver nesse mundo? Será que vale a pena nascer, digo? Porque tem tanta crueldade, tanta gente ruim...”. Maria Fernanda e eu logo nos pronunciamos. Dissemos logo que sim.
Vale a pena? Sim, vale. Não acredito que simplesmente nascemos por nascer, tampouco acredito que após a morte, a vida acaba. Minha fé em Deus e na vida após a morte me impossibilita crer numa vida tão ínfima como esta.
Nós nascemos livres (supostamente, claro, afinal, não existe liberdade com governo, mas não vou entrar nesse mérito agora) e, por conseguinte, temos a escolha sobre como vamos lidar com a vida e com as pessoas que nos cercam. Estamos sempre tão preocupados em mudar o mundo que nos esquecemos que o mundo começa conosco, com nossos amigos e familiares, com as pessoas que, de fato, podemos influenciar positivamente.
As pessoas pararam de agradecer, de pedir favores, de se desculparem; deixaram de desejar um bom dia sincero, de perguntar ao outro como vai a vida, de mostrar o quanto elas são importantes e fazem falta. Não temos mais paciência, não sorrimos, não deixamos pequenos problemas por menos, tudo é motivo para brigas e intrigas. E para que? O que nós ganhamos com isso?
O que ocorre no mundo é um espelho dos nossos atos. Se existe tanta imprudência, tanto rancor, tanta violência, talvez devamos parar e analisar nossas ações. Toda ação causa uma reação. A forma com que você trata uma pessoa na fila da padaria vai influenciar na forma com que ela vai tratar a filha que a está esperando no carro que, por sua vez, vai influenciar a professora e os colegas de sala, que influenciarão os pais na hora do almoço, que vão pro trabalho e agem de forma a influenciar os colegas do escritório e assim por diante, criando uma cadeia, onde tudo está interligado.
A vida aqui na terra é muito curta, portanto, potencialize-a ao máximo. Tente mudar o ambiente que está a sua volta e você terá contribuído de forma singular para o mundo. Você já agradeceu a alguém hoje? Já abraçou, beijou, demonstrou carinho?Você já se colocou no lugar de alguém? Já ajudou um amigo? E um desconhecido, no meio da rua, que pediu uma informação, você ajudou ou fingiu que não sabia e foi embora? Já disse um “eu te amo” sincero?
O mundo precisa mais é de amor e empatia. Vale a pena viver. Desperdiçar uma dádiva tão divina quanto a vida e o poder de mudança é que não vale.
Legal o texto, eu gosto bastante desse tipo de divagação filosófica.
ResponderExcluirQuando me perguntam sobre essas questões da vida, eu sempre penso que as pessoas se prendem tanto às coisas ruins que se esquecem das inúmeras coisas ótimas que a vida pode nos dar.
Será que a vida pode ser considerada ruim? Pensando só nos pequenas detalhes, se não fosse por ela, não teríamos a oportunidade de nos encantarmos com a beleza de uma paisagem natural, não teríamos a oportunidade de nos emocionarmos com um bom poema, não teríamos a oportunidade de nos encantarmos com uma obra de arte. São pequenos detalhes que podem parecer bobos, mas para mim são a prova do quão belo o mundo é e que a mente humana também pode produzir coisas boas e não só desgraças.
Se formos para um olhar macroscópico, as maravilhas da vida aumentam ainda mais. Sem ela não teríamos a oportunidade de sentirmos o calor da amizade, a fraternidade da família e não teríamos a oportunidade de conhecermos alguém por quem consigamos nos apaixonar e perceber que esta é a pessoa que você sempre sonhou em morar toda a vida.
Não teríamos a oportunidade de construir uma família, à partir dela vermos nossos filhos crescerem, ajudar na educação deles e vê-los tomando seu rumo próprio na vida(com isso se sentir concretizado ao perceber que sua educação rendeu bons frutos).
Não teríamos a oportunidade de carregarmos conosco sonhos, que tangem todos os aspectos do nosso futuro desejado, e termos a alegria de vê-los concretizados.
Será que a vida, que nos proporciona tudo isso pode ser vista como ruim? Para mim, falar isso é uma grande injustiça com esse processo maravilhoso chamado de Vida.
Claro que também tem coisas ruins e é decepcionante ver assassinos, ladrões, sequestradores e vários outros desses "monstros" na rua. Mas, a questão não é dizer que por causa disso a vida "per se" seja ruim e sim tentar consertar esses problemas. E, nesse ponto, eu concordo com a sua solução para isso tudo.
As pessoas ficam tão preocupadas em olhar o que está errado no mundo externo, que esquecem-se de avaliar se existe alguma coisa errada no seu mundo interior. O ser-humano sofre de um problema de auto-engano, todo mundo diz que tem um problema errado nos outros só que quando indagados sobre si próprios eles falam:"Ah, eu sou diferente". Disso só se pode tirar duas conclusões, ou existe um problema de avaliação no todo ou em avaliação nas partes. Eu acredito nessa segunda opção.
Se alguém quer mudar algo, deve começar mudando a si próprio e as pessoas que estão próximas a ele. Se cada um fizer sua parte para corrigir as partes, o todo por si só se concerta também.
Tem também as questões políticas, que nesse ponto seria fundamental um mundo sem coerção e com liberdade, mas acho que isso seria fugir do assunto do tópico.
Eu acho que acabei divagando demais por aqui, mas eu fiz isso por achar que uma simples resposta dizendo "muito bom" para um texto com um assunto tão importante como esse seria uma tremenda injustiça.
Gostei bastante do texto! Continue assim!
Xeru!
Já dizia o Airton Senna,um cara que fez a diferença com a sua vida,''a vida é curta demais para se ter inimigos'',no sentido de que devemos valorizar ou ao menos lutar para valorizar,até com nós mesmos, as pessoas que nos cercam,as quais amamos e não demonstramos e isso não se restringe a palavras que o vento pode levar,mas a atitudes quando a ocasião gritar por isso.Se apenas fizessemos o que Jesus disse, que é amar ao nosso próximo como a nós mesmos,talvez esse quadro mundial fosse diferente.E claro ,devemos ser a diferença que queremos ver no mundo.Para nós, filhos de Deus ,né Sara?Devemos ser a luz em meio as trevas,a mão disposta sempre a ajudar,a voz de Deus em meio a multidão.
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